Europeus reagem à ofensiva chinesa na Europa e equacionam colaborações para a produção de geração nova de “mínis” sem motores de combustão interna. Luca de Meo, diretor do consórcio francês, admite outras “parceiros”
A indústria europeia, confrontada (e conformada) com a irreversibilidade do plano de eletrificação que impõe um ponto final no comércio de motores de combustão interna a partir de 2035, encontra-se obrigada, ainda, a responder, rapidamente, à “investida” de concorrentes novos, a maioria de origem chinesa, que são capazes de produzir mais depressa e, sobretudo, vender mais barato.
Luca de Meo, diretor da Renault, confirmou a existência de negociações com a VW para o estabelecimento de parceria e a produção de geração nova de “mínis” com motores elétricos em vez de térmicos, para comercializar na Europa. O italiano no comando do consórcio francês também admitiu conversas com outras empresas. «Não fecho portas! Temos capacidade instalada nas fábricas, temos a plataforma, sabemos como fazê-lo», disse.
Atualmente, muitos fabricantes europeus procuram reposicionar-se na corrida ao desenvolvimento de elétricos acessíveis (o objetivo é poder vendê-los com preços semelhantes aos de modelos equivalentes com motorizações térmicas), de modo a não perderem quota para os construtores chineses com programas de expansão no Velho Continente.
Em novembro do ano passado, a Renault confirmou a introdução de geração nova do Twingo em 2026, que apenas contará com motores elétricos, comprometendo-se, também, com a ambição de posicioná-la abaixo da “barreira” dos 20.000 €, na versão básica da gama. A base do modelo é a plataforma AmpR Small da Ampere, que também encontramos no 5 apresentado no salão de Genebra. E os franceses, para baixarem os custos do automóvel, equacionam até a utilização de tecnologia menos dispendiosa para as baterias (fosfato de ferro de lítio). O projeto despertou o interesse da VW, mas Luca de Meo não faz depender o arranque da produção de qualquer acordo com parceiro(s), por considerá-lo vital para o futuro da empresa!
A aproximação da VW à Renault explica-se facilmente… Os alemães atrasaram-se neste processo, ao contrário do que aconteceu com a Stellantis, que já conta com o Citroën ë-C3 (motor elétrico com 113 cv, bateria com 44 kWh de capacidade, até 320 km de autonomia) à venda em Portugal por 23.300 €, mas planeiam recuperar este atraso com os lançamentos do ID.1 sucessor do e-Up e dos substitutos tanto do Skoda Citigo como do Seat Mii. E o diretor da marca de Wolfsburgo, Alemanha, também admitiu, recentemente, que está disponível para considerar as parcerias que permitam baixar os preços dos citadinos elétricos para menos de 20.000 €.
A Renault, para o Twingo, tem “fórmula” que proporciona uma diminuição de mais de 40% nos custos de produção de um automóvel elétrico – menos componentes, montagem rápida e baterias com combinações químicas mais baratas.
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