Testes Euro NCAP mudam em 2026
- Pedro Junceiro
- há 3 dias
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A Euro NCAP, organismo europeu que avalia a segurança ativa e passiva dos automóveis novos à venda na Europa, anunciou mais detalhes sobre a maior revisão na história dos programas de testes que realiza desde 2009. As mudanças no protocolo pretendem refletir melhor as condições de condução modernas e os perigos enfrentados por condutores, passageiros e outros utilizadores das estradas.

Esta atualização pressupõe, também, uma metodologia de classificação nova, que é baseada em quatro itens principais de segurança: condução segura, prevenção de colisões, proteção contra colisões e segurança pós-colisão. Esta fórmula permite testar as tecnologias por fases. A alteração proporciona “uma estrutura, clareza e flexibilidade melhoradas, à medida que as tecnologias de segurança se tornam cada vez mais complexas e interligadas”, refere o organismo, que propõe revisão do protocolo de três em três anos.
Quatro níveis
A partir de 2026, as avaliações da Euro NCAP serão estruturadas em torno de quatro níveis de segurança, cada um pontuado em 100 pontos e expresso em percentagem. Os limites mínimos continuam a ser aplicáveis a cada estágio e determinarão a classificação por estrelas.O primeiro nível é o de Condução Segura, que considera as tecnologias e as características do carro que ajudam a uma experiência de condução mais segura para todos os ocupantes, incluindo a precisão dos sistemas de monitorização do condutor e deteção de sinais de condução sob efeito de álcool, mas também a capacidade de parar o veículo autonomamente, caso o condutor não responda a estímulos visuais e sonoros para controlar o automóvel. A interação Homem-Máquina e a facilidade de acesso aos controlos do veículo (nomeadamente os botões físicos para as funções mais comuns, que surgem cada vez mais concentradas em monitores de comando tátil) também serão consideradas, sobretudo pelo risco de distração que possam representar. Isto originará, seguramente, o regresso de muitos controlos físicos…

O segundo nível, o de Prevenção de Colisões, avalia os sistemas de prevenção que ajudam a evitar ou mitigar impactos críticos, através de avisos sonoros e visuais ou intervenções automáticas, como a travagem autónoma de emergência ou o assistente de manutenção de faixa.
O de Proteção contra Colisões avalia o desempenho dos elementos tradicionais de proteção em caso de colisão, como a estrutura do veículo, os funcionamentos de cintos de segurança, “airbags” e apoios de cabeça para mitigar lesões nos ocupantes do veículo, nos peões e nos ciclistas.

Por fim, o de Segurança Pós-Colisão aborda os momentos seguintes a um acidente, sempre cruciais, avaliando-se a resposta de emergência, através de informações de resgate pós-colisão e sistemas de assistência. A Euro NCAP pontuará mais os veículos que fornecerem informações sobre número de ocupantes, exigindo-se, por isso, o reconhecimento dos passageiros, mesmo sem cinto de segurança instalado. No caso dos carros elétricos, também deve ser comunicado alerta ao condutor para o risco de fogo na bateria após um acidente.

Maior representatividade
A Euro NCAP também introduzirá cenários de teste novos, e ampliados, de forma a melhorar a robustez dos sistemas de prevenção de colisões, particularmente em condições mais representativas dos ambientes do mundo real. Por outro lado, as avaliações de proteção contra colisões incluirão um número maior de tamanhos corporais de condutores e passageiros, combinando-se testes de colisão à escala real, testes de laboratório com veículos puxados por “trenós” e simulações virtuais avançadas que aumentam a precisão do resultado e, assim, promovem a adoção de sistemas de retenção mais adaptáveis.
Outras novidades são a exigência de que os puxadores exteriores das portas (elétricos) permaneçam funcionais para facilitarem o resgate ou a obrigatoriedade do isolamento da bateria nos carros elétricos, entre outras atualizações que tornem o socorro mais fácil.



