Título decide-se só no Abu Dhabi

Max Verstappen ganha Grande Prémio do Catar, penúltima ronda do campeonato, e é segundo no Mundial, com menos 12 pontos do que Lando Norris (só quarto em Lusail) e mais quatro do que Oscar Piastri (segundo). Red Bull-Honda RBPT derrota McLaren-Mercedes na estratégia de corrida e adia decisão do título de pilotos para o próximo domingo, 7 de dezembro, no Yas Marina do Abu Dhabi.

Lando Norris, da McLaren-Mercedes, não cumpriu o objetivo de ganhar o primeiro título de pilotos na Fórmula 1 no Grande Prémio do Catar, ronda 23 do Mundial de 2025. O britânico foi apenas quarto classificado, e até podia ter sido só quinto, se Kimi Antonelli, a duas voltas da bandeira de xadrez, não tivesse protagonizado erro de pilotagem que valeu dois pontos de “bónus” ao comandante do campeonato!… O neerlandês Max Verstappen, da Red Bull-Honda RBPT, ganhou a corrida com 57 voltas a Lusail pelo terceiro ano consecutivo. É a 70.º vitória da carreira e a sétima deste ano, assim igualando os números de triunfos de Norris e Piastri – trata-se do primeiro critério de desempate, se dois (ou mais pilotos) terminarem a época com os mesmos pontos.

Esta tarde, derrota estratégica da McLaren-Mercedes, equipa muito conservadora na abordagem a uma corrida condicionada pela obrigatoriedade de paragens para montagem de pneus a cada 25 voltas, devido ao asfalto muito abrasivo e à rapidez de Lusail, combinação de fatores que aumenta a degradação e compromete tanto o desempenho dos compostos, como a segurança. A escuderia britânica ordenou a Piastri e a Norris que não parassem nas boxes durante intervenção do Safety Car após o incidente na volta 7, na curva 2, com os carros de Nico Hülkenberg e Pierre Gasly. Red Bull-Honda RBPT & Cia. decidiram diferente!

No momento do incidente, Oscar Piastri, que arrancou da “pole”, comandava esta quarta edição do Grande Prémio do Catar e ganhava vantagem a Max Verstappen e Lando Norris, o parceiro de equipa no comando do Mundial (o britânico, mais uma vez, perdeu duelo com o neerlandês no arranque do grande prémio). No entanto, a decisão da McLaren-Mercedes beneficiou o tetracampeão em título, que passou a deter o comando das operações (parando-se com o Safety Car em pista, perde-se menos tempo do que em condições normais de corrida).

Para Norris, penalização maior, uma vez que baixou de terceiro para quinto, após a segunda série de trocas de pneus. O britânico comanda o campeonato e é favorito à conquista do título, também por dispor de margem de conforto significativa, mas está pressionado tanto por Verstappen, como por Piastri. Conta muito simples: se o primeiro ganhar no Abu Dhabi, tem de terminar na terceira posição para vencer o Mundial…

Carlos Sainz, da Williams-Mercedes, foi o outro protagonista da corrida em Lusail. O O espanhol, terceiro classificado, surpreendentemente, conseguiu o 29.º pódio na categoria, mas só o segundo em 2025, e com a Williams-Mercedes, repetindo o resultado conseguido em Baku, no Grande Prémio do Azerbaijão.

“Uma corrida incrível. Ganhámos, que era o mais importante. Fomos inteligentes, parámos quando tínhamos de parar. O campeonato? Tudo é possível, mas a luta é até ao fim. Vamos ver o que acontece no Abu Dhabi”, disse Verstappen. “Dei o que tinha, mas não foi suficiente. As decisões estratégias são para discutir em privado, dentro da equipa. Demonstrámos um ritmo incrível durante este fim de semana e, sim, tenho dificuldade em engolir este resultado”, reconheceu Piastri.