Lançado em 1975, o Volkswagen Polo rapidamente ganhou importância no contexto do mercado europeu, com mais de 20 milhões de unidades vendidas ao longo de seis gerações a comprovarem o seu sucesso. Com filosofia próxima do Golf em termos de qualidade, condução e segurança, o Polo permitiu acesso à mobilidade para muitos clientes. Em 2025, cumpre o seu 50º aniversário.
Depois de ganhar popularidade mundial pelo Carocha (ou “Käfer”, no original, em alemão), a Volkswagen ampliou a sua gama com uma série de modelos orientados para o mercado europeu. Em sequência, a marca alemã lançou o Passat em 1973, o Golf em 1974 e, logo a seguir, o Polo, que era visto como um mini-Golf, com alguns dos mesmos atributos em termos de qualidade, segurança e condução.
Nenhum modelo da Volkswagen havia sido tão compacto anteriormente, numa receita que a marca direcionava para um contexto europeu de mudança cultural, social e também de necessidade de poupança com a crise do petróleo ainda bem presente.
Assim, o Polo de primeira geração foi apresentado em março de 1975, tendo por base o Audi 50. Com ligeiras alterações, entrou em produção na fábrica de Wolfsburgo e rapidamente se impôs no segmento dos automóveis mais compactos.
Apresentado em março de 1975, tendo por base o Audi 50.
Com o seu “design” simples e a sua elevada funcionalidade, o Polo era eficiente e mais acessível, o Polo também se caracterizava pela agilidade e pelos motores económicos, dois aspetos fundamentais que têm continuado a história de sucesso desde então. Com efeito, ao longo de seis gerações, o Polo contabiliza mais de 20 milhões de unidades entregues, baseando-se, em grande parte, no seu conceito de proximidade do Golf, mas mais compacto e acessível.
Maior e também desportivo
A cada geração, o Polo foi evoluindo ao sabor das necessidades de cada época. A partir de 1981, o Polo II introduziu uma série de melhorias, incluindo mais espaço e conforto, bem como motores modernizados.
Em maio de 1987, a marca apresentou a série especial Polo Coupé GT G40, com a estreia do motor 1.3 com compressor, proporcionando níveis de potência mais elevados (115 cv). Em 1987, o modelo ainda tinha uma produção limitada a apenas 500 unidades, mas a sua popularidade levou a Volkswagen a considerar o alargamento da produção e, em 1989, produziram-se mais 1500 unidades, das quais 500 destinadas a França.
Mas, a procura não desvaneceu e a lista de espera era tão grande que chegou a ser feito um processo de sorteio para o modelo. Tendo em conta esta circunstância e após um breve hiato na produção, o Polo regressou em 1991, então já como Polo Coupé G40, comummente apelidado de G40, já com o modelo atualizado (2F). Já com catalisador, o modelo debitava 113 cv e tornou-se um elemento normal da gama, deixando de ser edição limitada.
A terceira geração, a partir de 1994, deu um novo salto em frente, também em termos de tecnologia. O Polo III foi um dos primeiros veículos da sua classe com dispositivos de segurança como os airbags, além de dispor de mais materiais usados na estrutura de segurança. Salientando a progressão das dimensões automóveis, o Polo III media então 3715 mm de comprimento, ou seja, praticamente o mesmo que o Golf de primeira geração.
Em 1998, o Polo foi disponibilizado pela primeira vez como GTI, então também como edição limitada e rapidamente esgotada.
Mas, esta geração trouxe também outro modelo peculiar e colorido: o Harlekin. Esta edição representava a liberdade de equipamentos que podiam ser encomendadas - a brochura de vendas ilustrava então quatro cores para o sistema modular de conjuntos de equipamento. O “Pistachio Green” (verde) representava a pintura, o “Chagall Blue” (azul) representava os motores e o chassis, o “Ginster Yellow” (amarelo) representava o equipamento em si e o “Flash Red” (vermelho) simbolizava os equipamentos especiais.
De forma a visualizar o princípio no Polo, foram produzidas inicialmente 20 unidades pintadas nessas quatro cores e distribuídas pelos concessionários da Volkswagen, mas a procura por esta “habilidade” do marketing foi tão grande que a marca decidiu mesmo torná-la numa opção. Assim, no final de contas, acabaram por sair das linhas de montagem 3806 unidades Harlekin. Nos Estados Unidos da América também houve Harlekin, mas não com o Polo. Nesse mercado, a marca escolheu o Golf, embora os americanos não tenham demonstrado grande interesse…
Reforço de segurança
Com um aumento significativo de tamanho, a quarta geração ofereceu novos níveis de conforto e segurança a partir de 2002, com airbags frontais e laterais, direção assistida e ABS de série. A dianteira do modelo inspirava-se na do mais compacto Lupo, que acabou por assumir a posição de Volkswagen mais acessível, ao passo que o comprimento aumentou em 15 cm (mais 5 cm na distância entre eixos), fazendo deste o Polo mais espaçoso até à época.
A gama passou a contar com motores de três cilindros e as variantes de performance tornaram-se mais potentes – GTI de 150 cv e Cup Edition com 180 cv. Mas a gama também ganhou diversidade com a chegada de uma berlina em 2003 e, mais tarde, com uma versão CrossPolo de aspeto mais aventureiro.
O Polo V assistiu à introdução de uma série de inovações digitais: a partir de 2009, os sistemas de infoentretenimento e de assistência tornaram a condução mais segura. A gama passou a ter uma variante BlueMotion com bloco TDI de três cilindros com um consumo parco de apenas 3,3 l/100 km. No lado desportivo, o GTI continuou a ser parte da gama e, celebrando a sua participação e conquistas no Mundial de Ralis (WRC), chegou aos 220 cv na edição especial Polo R WRC Street. Aliás, em termos desportivos, a Volkswagen conquistou o título do Campeonato do Mundo de Ralis por quatro vezes consecutivas a partir de 2013, com o Polo R WRC.
A sexta geração, lançada em 2017, foi baseada na plataforma MQB e estabeleceu novos padrões em termos de conetividade, segurança e dinâmica de condução. O Polo tornou-se ainda mais digital e inovador com a atualização em 2021, que permanece até ao momento.
A sexta geração, lançada em 2017, foi baseada na plataforma MQB e estabeleceu novos padrões em termos de conetividade, segurança e dinâmica de condução. O Polo tornou-se ainda mais digital e inovador com a atualização em 2021, que permanece até ao momento.
Futuro incerto
Atualmente, o Polo continua a ser um modelo importante para a Volkswagen, mas ainda sem o seu futuro completamente definido na era da eletrificação e da regulamentação mais apertada para os modelos de combustão interna. Com a marca apostada em modelos eletrificados e estando o ID.2 em testes de desenvolvimento, a produção do Polo corporiza bem o cenário atual, sobretudo porque os clientes ainda continuam a comprar modelos de combustão interna, contrariando algumas das expectativas mais otimistas quanto à adoção dos elétricos.
Assim, o modelo deixou o seu “berço” europeu. Anteriormente produzido em Wolfsburgo, Mosel, Bratislava, Bruxelas, Martorell e Pamplona, o Polo passou a ser produzido para o mercado europeu na África do Sul, em Kariega, desde o verão de 2024. Ainda assim, esta não é uma grande diferença em termos de produção local, já que o modelo era produzido naquele país desde 1996 para os mercados fora da Europa.
Enquanto não se conhecem novos passos para o futuro, a divisão VW Classic vai celebrar o legado do Polo em 2025, com o início das celebrações esperado para o Salão de Clássicos de Bremen, entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro.
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