Renault Symbioz full hybrid E-Tech 160 e Espace full hybrid E-Tech 200
- Pedro Junceiro
- há 1 dia
- 4 min de leitura
A Renault, de uma assentada, modernizou o Symbioz e o Espace, melhorando os argumentos dos dois modelos. A intervenção sobressai, sobretudo, no primeiro, o SUV mais compacto, que recebe um sistema full hybrid E-Tech mais potente (160 cv). No segundo, as novidades incidem, principalmente, na estética e no equipamento.

A tecnologia híbrida E-Tech introduzida pela Renault em 2020 – Clio, Captur e Mégane foram os primeiros “beneficiários” –, tornou-se peça fundamental na estratégia europeia da marca do losango, com os resultados comerciais a comprovarem o sucesso da opção. No primeiro trimestre do ano, as motorizações full hybrid E-Tech representaram mais de 44% das vendas do fabricante na região. E, assim, brevemente, transposição da barreira do milhão de carros híbridos entregues a clientes no continente.
A Renault, agora, procura tornar a tecnologia ainda mais eficiente. Prova-o no Symbioz com 160 cv, que substitui o de 145 cv. A base mantém-se: 1.8 concebido, especificamente, para motorizações eletrificadas (o 1.6 também “sai de cena”…). Esta mecânica com 109 cv e 172 Nm, o que representa mais 15 cv e 22 Nm, respetivamente, já cumpre a norma de emissões Euro 7. Funciona em ciclo Atkinson e possui atributos como o sistema de injeção otimizado ou o filtro de partículas (e, tudo somado, aumento da eficiência térmica para 40,5%).
Ao motor térmico juntam-se dois elétricos, o principal com 50 cv (36 kW), o secundário com 20 cv (15 kW), combinação que permite reivindicar 160 cv. A capacidade da bateria aumenta de 1,2 kWh para 1,4 kWh, o que melhora a autonomia ou a disponibilidade do modo elétrico, prometendo-se que até 80% da condução urbano pode fazer-se com a mecânica térmica em “stand-by” (e sem gases de escape). Outras mais-valias: 0-100 km/h em 9,1 s, em vez 10,6 s, consumo médio de 4,4 l/100 km e 99 g/km de emissões de CO2.
Experiência melhorada
O sistema full hybrid E-Tech integra caixa multimodo (sem embraiagem) com funcionamento melhorado. Tem duas engrenagens para o motor elétrico principal e quatro para o térmico. E, assim, 15 combinações de funcionamento. Os modos de condução influenciam a gestão da transmissão. A primeira experiência ao volante confirmou progressos em todos os domínios, da reação aos movimentos no acelerador (até no programa Eco) à sonoridade, agora menos expressiva.

Este híbrido movimenta-se, preferencialmente de forma elétrica, e a entrada em ação do 1.8 faz-se de forma suave e silenciosa. Em França, na primeira experiência de condução, médias de 5,5 l/100 km (Eco) a 6,4 l/100 km (Sport). O acerto de chassis permanece inalterado, o que quer dizer que este é um SUV com comportamento estável e seguro, qualidades que soma ao conforto. O interior está bem construído e tem apresentação moderna. O OpenR Link associa a instrumentação digital (10,3’’) ao monitor tátil central de 10,4’’ do sistema multimédia, que assenta na tecnologia Android Automotive para acesso a aplicações nativas da Google, como o Maps, o assistente virtual por voz ou a loja virtual que permite descarregar até cerca de 100 aplicações.
Os preços do Symbioz arrancam nos 29.300 € do MHEV Evolution com 140 cv (caixa manual). Full Hybrid E-Tech com 160 cv está disponível apenas no nível de equipamento de topo Esprit Alpine, a partir de 37.800 €.

Espace (bem) retocado
O Espace, à sexta geração, que surgiu no mercado europeu em 2023, mudou do formato com que ganhou protagonismo (monovolume), em 1984, para passar a apresentar-se como SUV. E dois anos depois da revolução, este modelo recebe a primeira atualização, de forma a ganhar desenho em linha com os carros mais recentes da Renault, sobretudo na dianteira.
O interior também foi melhorado, recebendo, por exemplo, bancos com maior suporte lateral e câmara de reconhecimento facial do condutor (encontra-se no pilar A), que identifica quem está ao volante e adapta muitas configurações do automóvel ao gosto do condutor e, afirma-o a Renault, futuramente, também será usada para deteção de distrações ou sinais de fadiga.

Tecnologicamente, mantém-se o OpenR Link com dois ecrãs lado a lado (combinados, 24’’) e sistema multimédia baseado no mesmo Android Automotive do Symbioz. O Head-up Display (9,3’’) figura entre os equipamentos opcionais. Novidade no Espace é o tejadilho panorâmico Solarbay, que não tem cortina de proteção e aumenta ou diminui a transparência (opacidade) por segmentos.
O Espace continua a ser comercializado em Portugal só com sete lugares, o que o torna mais apto para as famílias numerosas. Os bancos da fila central movem-se, longitudinalmente, até 220 mm, para melhoria dos acessos à terceira fila, enquanto a capacidade da bagageira varia entre o mínimo de 212 litros e o máximo de 2054 litros.

O sistema full hybrid E-Tech 200 também foi otimizado, tornando-se, assim, mais eficiente. O esquema é o mesmo do Symbioz, mas tem componentes diferentes. No Espace, 1.2 com 130 cv, dois motores elétricos – 68 cv (50 kW) no principal e 34 cv (25 kW) no secundário. A caixa é a multimodo e a bateria tem 2 kWh de capacidade. A Renault anuncia consumo médio de 4,9 l/100 km, o que representa 110 g/km de emissões de CO2.
No primeiro contacto dinâmico confirmámos a capacidade do sistema híbrido em termos de respostas, mesmo no modo de condução Eco, não apresentando grande atraso entre a maior pressão do acelerador e a resposta em termos de velocidade. Essa disponibilidade é uma das qualidades da motorização full hybrid E-Tech. Outra é a suavidade do sistema. E a tecnologia 4Control Advanced de quatro rodas direcionais (de série nos Iconic e Esprit Alpine) melhora a agilidade em percursos sinuosos e nas manobras a baixa velocidade, num SUV que sobressai pelos movimentos moderados da carroçaria em curva e, sobretudo, pelo conforto.
Preços e versões: Techno por 43.580 €, Esprit Alpine por 46.380 € e Iconic por 48.380 €.

Comentários