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Foto do escritorPedro Junceiro

Erro repetido seis vezes “bloqueia” motor do AMG One

Atualizado: 31 de jul.

A tecnologia derivada da Fórmula 1 utilizada no Mercedes-AMG One obriga a cuidados especiais na manutenção e, também, no próprio processo de arranque, como descobriu Nico Rosberg, o campeão mundial de 2026, que partilhou vídeo no YouTube a tomar posse do seu hiperdesportivo.



O Mercedes-AMG One não teve um desenvolvimento fácil. Revelado em 2017 como um ambicioso projeto que ambicionava colocar num automóvel de estrada a unidade de potência híbrida diretamente utilizada na Fórmula 1, o One conheceu vários atrasos e obrigou os engenheiros da marca alemã a encontrarem soluções para vários desafios, nomeadamente, em termos de refrigeração.


As 275 unidades do One já estão a ser entregues aos seus proprietários

 

Porém, atualmente, as 275 unidades do One já estão a ser entregues aos seus proprietários, com Nico Rosberg, ex-piloto da Mercedes na Fórmula 1 e campeão de 2016, a ser um dos que poderá ter o AMG One na sua garagem. Ao tomar posse do seu novo veículo (encomendado em 2018), o alemão gravou um vídeo em que foram reveladas algumas informações curiosas sobre o desenvolvimento, mas também sobre a própria utilização deste hiperdesportivo com motor V6 turbo associado a quatro motores elétricos, fornecendo uma potência combinada de 1063 cv.

 

Todo este compêndio técnico converteu-se num desafio para gestão em automóveis de produção em série, com o vídeo partilhado por Rosberg a oferecer um dado novo quanto ao funcionamento do hiperdesportivo de Affalterbach: invalidando pequenos trajetos ou movimentações de circunstância, o motor tem de alcançar a sua temperatura ideal de funcionamento antes de ser desligado.



Técnica de aquecimento 

Ou seja, ao carregar no botão de ignição, situado na consola central, apesar de poder ser conduzido em modo elétrico, o catalisador demora entre 60 e 90 segundos até atingir a temperatura de 500º C e só depois é que o motor de combustão pode ser ligado. Uma vez ligado o V6 de 1.6 litros, também este tem de atingir a sua temperatura ideal, o que pode demorar entre 5 e 8 minutos quando parado ou entre 2 e 5 minutos quando em andamento.


Se não cumprir estes procedimentos de aquecimento seis vezes seguidas, o motor é “bloqueado”

 

Se não cumprir estes procedimentos de aquecimento seis vezes seguidas, o motor é “bloqueado” e obriga a uma intervenção por parte de um técnico da Mercedes-AMG, que terá de ligar o computador ao sistema do veículo e “desbloquear” o motor.

 

Entre outros detalhes partilhados com Rosberg está o facto de o V6 ser tão ruidoso (120 decibéis) que a própria marca oferece uns auscultadores personalizados com tecnologia de cancelamento de ruído. A pintura, por seu turno, é um cinzento… Ferrari, denominado “Grigio Ferro”, combinada com a estrela da Mercedes em preto, com 16 camadas de tinta.



Uma equipa em formato de software  

Jochen Hermann, diretor técnico da Mercedes-AMG, explicou a Rosberg alguns dos principais desafios do desenvolvimento, destacando o sistema de escape (tanto em termos de emissões, como de ruído para um carro de estrada) e o software de gestão do modelo, que acabou por ser a razão pela qual o AMG One teve alguns atrasos.

 

“Na verdade, não estás apenas a comprar um carro. Como te lembras, quando estavas no teu carro [de Fórmula 1], havia uma equipa à tua volta, a garantir que tudo estava bem no arranque. E havia uma equipa no escritório a garantir que tudo estava no sítio certo. Assim que conseguimos ter um carro que funcionasse, percebemos que não podíamos ir a todo o lado e não era rápido [a arrancar].


"Na verdade, não estão a comprar apenas um carro, mas sim toda uma equipa”

Então recomeçámos tudo e acabámos por converter toda a equipa que tinhas em software e em hardware. Assim, temos sensores e software a substituir as pessoas que tinhas em volta do carro para te ajudar a ligá-lo, para fazer uma volta rápida ou um turno de condução mais longo. Esse foi o maior desafio e foi um dos elementos que nos levou a demorar mais do que esperávamos. Na verdade, não estão a comprar apenas um carro, mas sim toda uma equipa”, explicou Hermann.

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