Ferrari 849 Testarossa: PHEV com 1050 cv!
- Pedro Junceiro

- 10 de set.
- 5 min de leitura
A designação Testarossa está de regresso ao catálogo da Ferrari, no 849 Testarossa. A marca italiana também apresentou o “cavallino rampante” que substitui o SF90 Stradale na configuração Spider. O superdesportivo encontra-se equipado com motorização híbrida Plug-In (PHEV), que combina V8 e três máquinas elétricas, e rende 1050 cv, mais 50 cv do que no antecessor. Prometem-se 0-100 km/h em menos de 2,3 segundos, velocidade máxima superior a 330 km/h e até 25 km de condução com a mecânica de combustão interna parada!
A Ferrari estreou o nome Testarossa no 500 TR de 1956 (tinha motor de 4 cilindros e 2 litros com cerca de 180 cv) – então, ainda como Testa Rossa –, e a designação ganharia muito mais relevo na década de 1980, devido ao desenho emblemático do Testarossa introduzido em 1984 (V12, 390 cv, 0-100 km/h em 5,3 segundos e velocidade máxima de 290 km/h), automóvel que marcou o início de era para o fabricante de Maranello.
O 849 Testarossa não tem motor V12, devido à manutenção da motorização PHEV já apresentada no SF90 Stradale. No entanto, não deixa de ser simbólico que a Ferrari mantenha o foco no motor de combustão interna (neste caso, trata-se de evolução do V8 biturbo, que passa a debitar 830 cv), que associa à redução no peso do automóvel, outra prioridade do construtor. No módulo híbrido, as três máquinas elétricas (uma traseira, duas dianteiras) debitam uma potência combinada de 220 cv e são alimentadas pela bateria com 7,45 kWh de capacidade. O rendimento máximo do sistema é de 1050 cv, a maior de sempre num modelo “comum” da marca transalpina.
O V8 mantém os 4 litros de capacidade, mas a adoção de turbinas novas – as maiores de sempre em automóveis de estrada da Ferrari – e os desenvolvimentos introduzidos nas cabeças dos cilindros, no bloco do motor, no coletor de escape, nos conjuntos de válvulas e no sistema de injeção permitiram ganhar 50 cv (a potência específica é de 208 cv/l). Os turbos eliminam o efeito de atraso na resposta (“turbo lag”).
De acordo com a Ferrari, o aumento da potência do motor foi alcançado sem qualquer penalização significativa em termos de peso, graças à construção inspirada nos motores de competição, além de medidas tão peculiares como a adoção de parafusos de titânio, o que explica o progresso de quase 10% na relação peso/potência, na comparação com o SF90 Stradale. O coletor de escape em Inconel apresenta um aumento de 20% no diâmetro das condutas e de 10% no comprimento, o que também contribui para a melhoria do desempenho geral do sistema.
Outros aspetos, como o sistema de escape (filtro de partículas e matriz cerâmica de nova geração para os catalisadores), permitem cumprir as normas de emissões sem prejuízo para as prestações e a sonoridade. O 849 Testarossa destaca-se é o primeiro Ferrari com ligas recicladas de alumínio em peças fundidas do motor.

Elétrico para o desempenho
Os motores elétricos mobilizam 220 cv apenas quando são usados no modo de condução mais desportivo. No 100% elétrico (eDrive), produzem “apenas” 163 cv. A autonomia máxima do programa de condução que para o funcionamento do V8 é de 25 km, de acordo com a homologação europeia WLTP. O 849 Testarossa tem quatro modos selecionáveis no eManettino, no volante eDrive, Hybrid, Performance e Qualify (garante o desempenho máximo do sistema).
Os motores dianteiros asseguram a disponibilidade de tração integral e sistema de vetorização de binário, o que aumenta a eficácia, a precisão, a segurança e, ainda, a velocifdade em curva. Já o motor elétrico no eixo traseiro (MGU-K) deriva da Fórmula 1 e beneficia tanto a eficiência como as “performances”.
Todos os sistemas de refrigeração foram revistos com o objetivo de garantirem que este “cavallino rampante” mantém os níveis máximos de prestações durante mais tempo e num número maior de ciclos. O sistema de travagem conta com discos e pastilhas de maiores dimensões, assim como mapas de atuação do programa de recuperação e regeneração da energia que proporcionam uma sensação mais natural ao pedal do travão. Numa manobra de emergência, 0-100 km/h em 28,5 metros. Sistema poderoso, portanto!
A Ferrari anuncia 0-100 km/h em menos de 2,3 segundos, 0-200 km/h em 6,35 segundos, velocidade máxima superior a 330 km/h e, ainda, 1.17,500 m na volta ao Circuito de Fiorano para esta máquina com desempenho dinâmico ajustada continuamente por diversos sistemas de gestão eletrónica, que o condutor também pode regular em função das suas preferências, e do modo de condução. Regista-se, ainda, a evolução do sistema preditivo digital FIVE (Ferrari Integrated Vehicle Estimator). A marca melhorou as capacidades de aceleração lateral e longitudinal (conseguiu-o com a otimização da geometria da suspensão e da resposta do acelerador), as passagens de caixa automática de 8 velocidades, a travagem e a sonoridade da motorização. Somam-se o ABS Evo com otimização da repartição da travagem em função das condições do piso, a evolução do sistema Side Slip Control 9.0 e o diferencial eletrónico.

Spider com “hardtop”
Estas informações também são válidas para o Testarossa Spider, com exceção da aceleração 0-200 km/h (6,5 segundos) e do tempo por volta em Fiorano (1.18,100 m). Este descapotável apresenta o mesmo peso do antecessor, o SF90 Spider (1660 kg). Comparado com o 849 Testarossa coupé, é 90 kg mais pesado, devido aos componentes do “hardtop” retrátil – esta capota pode ser removida ou montada em 14 segundos, incluindo com o carro em movimento, a velocidades até 45 km/h.
O 849 Testarossa tem poucas semelhanças com o Testarossa da década de 1980, focando-se, ao invés, na eficiência aerodinâmica (e térmica). Assina-o Flavio Manzoni, diretor do Centro Stile da Ferrari. Este automóvel gerar até 415 kg de carga descendente a 250 km/h, mais 25 kg do que o SF90 Stradale. Um dos elementos em destaque é o “spoiler” ativo traseiro.
A gama de pneus, de 20’’ (265/35 à frente e 325/30 atrás), foi desenvolvida em parceria com três fabricantes: Michelin, Pirelli e Bridgestone. E, assim, existem propostas diferentes para utilizações diferentes.

Interior desportivo
O interior do 849 Testarossa combina o desenho refinado de um desportivo com a aparência “cockpit” dos monolugares. A parte superior do painel de bordo apresenta um efeito flutuante com saídas de ar em forma de “C”. Entre as partes superior e inferior, faixa horizontal contrastante com os principais comandos e o ecrã do passageiro. Na parte inferior, o seletor da caixa semelhante ao do F80. Sinal dos tempos, a consola central é muito minimalista. A marca propõe dois tipos de bancos, ambos com construção em fibra de carbono e suportes laterais reforçados.
A maior parte dos comandos do Ferrari está concentrada no volante, que combina funções analógicas e digitais – botão de arranque do motor, seletor do “eManettino” e controlo do painel da instrumentação. Para o sistema multimédia, compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto.
Também Assetto Fiorano
Finalmente, além de potencial de personalização quase ilimitado, a Ferrari propõe o 849 Testarossa numa versão Assetto Fiorano com conteúdos exclusivos e menos de 30 kg, graças à utilização de materiais como fibra de carbono (“vide” jantes de 20’’), titânio e Alcantara, tudo em beneficia do desempenho dinâmico. O pacote aerodinâmico também é exclusivo e integra aletas de maiores dimensões (sobressaem as duas pequenas asas traseiras). A suspensão tem amortecedores Multimatic mais rígidos e molas 35% mais leves, o que reduz a inclinação lateral em 10%. E, pela primeira vez, permite-se que o Assetto Fiorano disponha de sistema de elevação da dianteira, o que implicando a manutenção da suspensão semiativa Magneride.
Para o Assetto Fiorano, duas cores exclusivas, ambas novas, Bianco Cervino e Rosso Corsa.













































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