Fibra de carbono banida dos carros?

União Europeia pretende reduzir emissões de partículas associadas à produção de componentes em fibra de carbono e após o final do seu ciclo de vida.

A aplicação de componentes em fibra de carbono, ainda que utilizada maioritariamente por automóveis de segmentos de topo, está cada vez mais presente em diversos elementos dos automóveis que conduzimos. Desde componentes mecânicos a elementos estruturais, passando ainda por acessórios estéticos, a fibra de carbono passou a ser, no caso particular dos veículos desportivos, presença “obrigatória”.

Porém, de acordo com recentes rumores, essa realidade poderá estar prestes a mudar. Tudo isto porque a União Europeia poderá estar a trabalhar no desenvolvimento de regulamentação que reduza ou elimine por completo a possibilidade dos fabricantes de automóveis a incluírem na produção dos seus automóveis, pois a fibra de carbono terá sido declarada uma substância nociva para a saúde.

A União Europeia está atualmente a elaborar uma nova versão da sua Diretiva relativa ao ciclo de vida dos veículos e o seu trabalho tem-se focado em assegurar uma reciclagem eficaz e eficiente dos automóveis no fim da sua vida útil, evitando simultaneamente a utilização de substâncias nocivas, como o chumbo e o mercúrio, durante a produção de novos modelos. Desta lista de materiais poderá passar a fazer parte, em breve, a fibra de carbono.

A fibra de carbono, apreciada por oferecer um equilíbrio muito bom entre resistência e leveza, bem como por contribuir para um visual alinhado com o mundo da competição, pode assim vir a ter os dias contados, principalmente devido às partículas emitidas quando é eliminada. A sua trituração cria uma camada de pequenas partículas condutoras que podem provocar curto-circuitos nos equipamentos, bem como podem causar irritação e dor quando em contato com a pele.

Recorde-se que o setor automóvel é responsável por 10 a 20% da indústria da fibra de carbono, sendo o Japão um dos seus maiores produtores.