Reino Unido “ultrapassa” Alemanha
- José Caetano
- 8 de jan.
- 2 min de leitura
Em 2024, o Reino Unido superou a Alemanha nas vendas de automóveis elétricos, com 381.970 matrículas “contra” 380.609, o que corresponde a quotas de 19,6% e 13,5%, respetivamente. Em qualquer dos casos, números (muitíssimo) aquém dos 89% registados na Noruega! Em Portugal, “apenas” 16,7%.

O Reino Unido, em 2024, superou a Alemanha no quadro dos países europeus que registam mais vendas de automóveis elétricos. E o que explica este o resultado? A norma britânica que obriga os fabricantes a aumentarem a rapidez da mudança do paradigma tecnológico dominante na indústria e no mercado e penaliza as marcas que não respeitam as regras com multas de até 18.000 € por carro novo. Todavia, o sistema permite que as “infratoras” negoceiem créditos, vendendo mais do que os mínimos exigidos nos anos posteriores ao incumprimento.
Na Alemanha, de acordo com os números da KBA, as vendas de elétricos, de 2023 para 2024, abrandaram mais de 25%, para 380.609 automóveis, com o ponto final nos programas de incentivos à compra, o que originou “arrefecimento” na procura. No Reino Unido, em contrapartida, as matrículas aumentaram 21%, para 381.970, o que correspondeu a quota de 13,5%, segundo os registos do SMMT.

Ainda assim, no Reino Unido, quota de automóveis elétricos aquém do objetivo de 22%, com 19,6%. O objetivo para este ano é de 28%. E, por isso, para cumprirem a norma e evitarem o pagamento de multas, muitos construtores adotaram políticas comerciais superagressivas, nomeadamente descontos substanciais nos preços. No entanto, esta estratégia tem funcionado apenas com os clientes empresariais. No caso dos particulares, só um em cada 10 compradores renuncia à combustão!
Em 2030, no Reino Unido, ambiciona-se que os automóveis elétricos representem 80% das vendas
O executivo governamental britânico admite mudanças na regra, de forma a torná-la mais flexível, o que facilitaria, seguramente, o cumprimento dos objetivos pelos fabricantes de automóveis, mas os ambientalistas contestam a possibilidade, por temerem que quaisquer reduções nos objetivos de quotas abrandem a velocidade da transição do motor térmico para o elétrico.
Em 2030, no Reino Unido, ambiciona-se que os automóveis elétricos representem 80% das vendas, mas os responsáveis do setor pedem mais apoios e argumentam que os descontos que alimentam a procura são “insustentáveis”.
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