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Treze elétricos à prova no EcoBest Challenge

Atualizado: 18 de nov. de 2024

O AutoBest, pelo quarto ano consecutivo, terceiro em Itália, aproveitando o apoio logístico e técnico da Quattroruote, organizou o EcoBest Challenge. Nesta edição, 13 automóveis elétricos novos de 13 fabricantes em exame, em sete categorias-chave para os utilizadores europeus. E-AUTO representa Portugal na “empreitada” e apresenta-lhe as conclusões desta edição-2024, muitas surpreendentes!...



A organização AutoBest não realiza só a eleição da “melhor compra automóvel do ano na Europa”, com a participação de 32 jornalistas especializados num setor tão apaixonante e excitante, em representação de número igual de países europeus (o jurado russo está suspenso desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que reduz o número de membros para 31). Muito recentemente, pelo quarto ano consecutivo, também organizou o EcoBest Challenge, iniciativa que tem como objetivo analisar as capacidades e os limites dos elétricos novos. Na edição de 2024, a terceira em Itália, no centro de testes da Quattoruote em Vairano, Itália, que tem até pista com homologação da FIA para ensaios de monolugares de Fórmula 1, 13 novidades em exame.



As tabelas que ilustram estas páginas apresentam todos os resultados registados durante os três dias de (muito) trabalho em Itália, mas não contam a história toda, devido à complexidade do programa com que fomos confrontados, condição para conseguirmos as conclusões que apresentamos, após certificação pela equipa de “inspetores” do Bureau Veritas, entidade independente francesa fundada em 1828 (sim, há 196 anos!), o que soma credibilidade a iniciativa que ambiciona informar, orientar e aconselhar os europeus sobre a eficiência real dos automóveis elétricos novos à venda na região.


Primeira conclusão: na comparação com os resultados de 2023, registo de progressos relevantes nalgumas áreas, com o tempo dos carregamentos rápidos na “primeira linha”!

 

Este ano, em condições reais de tráfego e utilização, 13 modelos de 13 fabricantes submetidos a sete testes – todos com resultados relevantes para os europeus que consideram participar, mais ativamente, na mudança de paradigma no automóvel, comprando modelo com motor elétrico em vez de térmico. Primeira conclusão: na comparação com os resultados de 2023, registo de progressos muito importantes nalgumas áreas, com os tempos dos recarregamentos rápidos (corrente contínua) na “primeira linha”, mas nenhum no capítulo-chave da eficiência energética, onde a ambição é de 10 km por kWh. Tratando-se de domínio prioritário para as marcas, a lentidão do desenvolvimento tecnológico apresenta-se como difícil de explicar.



A mobilidade elétrica progride a ritmo muito superior ao antecipado, mesmo se os números de 2024 na Europa apontam para abrandamento no aumento da procura, mas este progresso não é homogéneo. A prová-lo, em sete testes, seis automóveis de seis fabricantes como vencedores (Audi, Honda, Kia, Mini, Opel e Volvo). Outra surpresa: este ano, a marca de referência na tecnologia, a Tesla, com o “campeão europeu” Model Y – modelo mais vendido no Velho Continente durante 2023 –, não conseguiu impor-se em nenhuma categoria!


O Tesla Model Y – modelo mais vendido no Velho Continente durante 2023 –, não conseguiu impor-se em nenhuma categoria!

Por ordem alfabética, os 13 automóveis que os membros do AutoBest testaram na edição-2024 do EcoBest Challenge: Audi Q4 Sportback e-tron (versão 45, 210 kW), BMW i5 Touring (eDrive40, 250 kW), BYD Dolphin (Design, 150 kW), Fiat 600e (La Prima, 115 cv), Honda e:Ny1 (150 kW), Hyundai Kauai (150 kW), Kia EV9 (AWD GT-Line, 283 kW), Lancia Ypsilon (Cassina, 115 kW), Mini Cooper SE (160 kW), Opel Corsa Electric (115 kW), Tesla Model Y (Long Range RWD, 255 kW), VW ID.7 (Pro, 210 kW), Volvo EX30 (Single Motor, 200 kW).


"O futuro do automóvel elétrico não passa por baterias maiores, mas por desenvolvimentos importantes na eficiência energética"

“Estes testes mostram, muito claramente, que o futuro do automóvel elétrico não passa por baterias maiores, mas por desenvolvimento na eficiência energética, de modo a aumentarem as distâncias percorridas por kWh. Por outro lado, também é necessário trabalhar mais na diminuição dos tempos de carregamento”, conclui o AutoBest, que assumiu a missão de trabalhar na produção destes dados cruciais, sobretudo num tempo em que a tecnologia progride velozmente, por contribuírem para decisões de compras muito mais informadas e, por isso, ponderadas.



O que é e como funciona? 

O EcoBest Challenge, pelo terceiro ano consecutivo, realizou-se em Vairano, Itália, com o Centro Prove da Quattroruote como “quartel-general”. Próximo da Milão, os membros do AutoBest conduziram os 13 automóveis elétricos novos eleitos para o teste, todos com autonomias homologadas (WLTP) acima de 350 km e preços sem impostos e subsídios abaixo de 65.000 €.


Todos os recarregamentos das baterias foram realizados no centro adotado como base do programa de testes e os automóveis apresentaram-se na configuração de produção em série, sem quaisquer preparações especiais. Durante os ensaios, os modelos movimentaram-se somente com os condutores a bordo e os sistemas de climatização e multimédia ativos, e apenas depois de confirmada que as pressões dos pneus eram as recomendadas pelos fabricantes.



Durante este teste, todos os automóveis foram conduzidos no programa “Normal” e, nos ambientes citadinos e contando com este sistema, no modo que aumenta a potência de regeneração de energia nas desacelerações e travagens. E mais: os 13 modelos elétricos à prova, cumpriram série de três percursos com características e extensões diferentes, em autoestrada (55%), estrada (25%) e cidade (20%). Para aumentarmos a credibilidade/fiabilidade do processo, mudaram-se os condutores de 30 em 30 km, para prevenirmos impactos nos resultados dos estilos individuais de condução.

 

Os automóveis movimentaram-se em comboio, cumprindo as velocidades médias pretendidas e respeitando sempre os limites de velocidade. Depois de atingirem o nível de carga zero na bateria ou apresentarem indicação de “0 km” de autonomia no painel de instrumentos, 12 dos 13 elétricos em teste continuaram a circular no Centro Prove da Quattroruote em Vairano, até consumirem as reservas de energia e pararem por completo.



O AutoBest, na condição de promotor do AutoBest Challenge, apoia os números e resultados de teste organizado de forma imparcial e em que todos os carros foram conduzidos de forma igual, como certificado pelo Bureau Veritas. Assim, apuram-se dados muito mais próximos da realidade do que os apresentados pelas marcas (homologações realizadas de acordo com as regras inscritas no protocolo WLTP!). Aqui, o objetivo não é arrumar automóveis em hierarquias, mas encontrar registos médios que apoiem as decisões de compra dos consumidores europeus, que têm de fazer escolhas pessoais baseadas nas necessidades individuais de mobilidade, não entre bons e maus, por não existir carro que satisfaça todas as necessidades.


Este teste apresenta-se como neutro e transparente, devido à utilização de metodologia que considera os comportamentos e as necessidades da maioria dos condutores europeus

 

E as médias que apresentamos resultaram, necessariamente, das características que encontrámos, com os perfis dos percursos a as temperaturas a influenciarem os resultados. O EcoBest Challenge apresenta-se como o primeiro exame europeu independente dos comportamentos dos automóveis elétricos em condições reais de tráfego. O teste é neutro e transparente, devido à utilização de metodologia que considera os comportamentos e as necessidades da maioria dos europeus, tendo como base, obrigatoriamente, os hábitos diários identificados antecipadamente.


Todos os números-chave



AUDI Q4 SPORTBACK E-TRON CAMPEÃO NA AUTONOMIA: todos os resultados inscritos na “nossa” tabela EcoC 1 provam que os fabricantes de automóveis, sem exceções, comunicam números cada vez mais próximos dos verdadeiros – reais –, mesmo se nenhum modelo, este ano, conseguiu melhorar o registo WLTP que tem inscrito na ficha técnica. De acordo com o índice do AutoBest para este critério no EcoBest Challenge, o EcoC 1, aproxima-se muito do anunciado pela marca alemã, com 98,95% – e, assim, por direito próprio, conquista um lugar na história! Outros seis modelos posicionam-se entre os 80% e os 90% e seis conseguem entre 73% e 79,8%. Nenhum automóvel acabou o teste abaixo da fasquia dos 70%, mas a 13.ª posição do Tesla Model Y tem de sublinhar-se, por representa (alguma…) perda de competitividade de automóvel de referência na categoria.



MELHORIAS NOTÁVEIS NO CARREGAMENTO RÁPIDO (CC): resultado que mais surpreende nesta edição do EcoBest Challenge! Considerando os 13 automóveis, tempos mínimos de 7 minutos e máximos de 18 para recarregar energia suficiente 100 km de condução. Os utilizadores são muito sensíveis a este tema. Na primeira posição da tabela, Kia EV9.




CARREGAMENTOS COM CORRENTE ALTERNADA (CA) SATISFAZEM MENOS: o Kia EV9, o automóvel elétrico que consegue carregamento mais rápidos da bateria com corrente contínua (CC), é o 13.º classificado entre 13 participantes na “prova dos nove”, nos carregamentos com corrente alternada (CA). Volvo EX30 no topo da tabela, com energia suficiente para 100 km em 2h27.




• CARREGUE A BATERIA PARA NÃO FICAR SEM CARGA DURANTE A VIAGEM: as baterias, maioritariamente, armazenam mais energia do que a comunicada e este teste (re)confirma-o. Depois de atingir o nível zero de carga, de acordo com o dado apresentado na instrumentação, 12 dos 13 automóveis em exame permaneceram em movimento, percorrendo entre mais 2 km e 24 km do que o anunciado. O Volvo EX30 ganhou esta categoria, mesmo não percorrendo o recorde 45 km medido em 2023. Apenas um automóvel parou quando o indicador de carga na bateria chegou a zero – neste caso, depois da “morte”, nenhuma “vida”.



EFICIÊNCIA ENERGÉTICA AINDA MUITO AQUÉM DO PRETENDIDO: no EcoBest Challenge, dois índices próprios, com EcoC 2 a somar-se ao EcoC 1. Se o segundo apresenta o diferencial entre a autonomia real e a autonomia homologada (WLTP), o primeiro indica-nos a eficiência energética verdadeira dos automóveis elétricos, por apresentar-nos os quilómetros percorridos com 1 kWh de energia da bateria. E o Opel Corsa Electric, com 6,84 km/kWh, surpreendeu-nos, mesmo mostrando-se incapaz de aproximar-se da meta perseguida pela indústria, de 10 km por kWh, ou de igualar o recorde do Dacia Spring, de 2021, com 8,07 km/kWh. Sete automóveis registaram menos 6 km/kWh, quatro conseguiram 5 a 6 km/kWh e só um terminou este teste abaixo dos 5 km/kWh (Kia EV9).




• EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE CARREGAMENTO: o índice Eco C3 apresenta o rácio entre a energia real carregada na bateria e capacidade (útil) declarada para o acumulador, relação que traduz a eficiência do processo de carregamento. Aqui, a Honda, com o e:Ny1 supera a concorrência, com uma diferença de apenas 2,52% entre o primeiro valor e o segundo.




• EFICIÊNCIA ENERGÉTICA REAL (CARREGAMENTO+CONDUÇÃO): adotado em 2023, o índice EcoC 4 permite a medição da eficiência energética dos automóveis elétricos numa condução quotidiana e em condições de utilização reais de forma muito mais objetiva, por considerar tanto a energia na bateria (e não a capacidade útil) como a autonomia verdadeira. Vitória do Mini Cooper SE.




• APLICAÇÃO DEDICADA E EXCLUSIVA PARA RECOLHA DE TODOS OS DADOS:

no EcoBest Challenge, pelo terceiro ano consecutivo, recorremos a aplicação que foi criada “à medida” para medir os principais dados, através de ligação a terminal móvel da Xiaomi no automóvel. Assim, registam-se muitos mais dados durante os testes e os processos de recarregamento. Também medimos as temperaturas das baterias durante os ensaios e as recargas com correntes alternadas e contínuas –

estas informações podem ser-nos pedidas! O sistema Power checK Control (PKC) selecionado pelo AutoBest considera muitos parâmetros, da carga e do estado da bateria (SoC e SoH, respetivamente) à temperatura, da velocidade à energia que é utilizada ou regenerada pelo automóvel, entre outros fatores, todos relevantes nos elétricos.



Conclusões mais importantes 

O EcoBest Challenge baseia-se apenas em informações reais, seguindo a fórmula da imparcialidade imposta a todos os membros do AutoBest. Assim, conseguem-se informações muito mais credíveis, que colidem com os números “fantasiosos” que diversos fabricantes insistem em comunicar.


Os resultados das medições às autonomias reais demonstram-no de forma muito taxativa: os registos homologados de acordo com o processo europeu WLTP ainda são muito mais otimistas do que os verdadeiros, os da condução quotidiana, mas também é verdade que existiu automóvel elétrico com 98,95% no índice Eco C1, o Audi Q4 Sportback 45 e-tron, o que tem de considerar-se notável – e nenhum carro conseguiu menos de 73%.



O EcoC 2 introduzido há três anos é índice-chave para o AutoBest, por representar a quintessência da eficiência energética dos automóveis elétricos, o que explica o reconhecimento deste teste tanto pelos consumidores como pela indústria. Aqui, tão-simplesmente, mede-se os quilómetros percorridos com 1 kWh de energia na bateria. Os resultados médios pioraram, comparativamente às edições anteriores do EcoBest Challenge, facto que sublinha a necessidade de todos os construtores trabalharem muito mais na otimização da tecnologia, para aproveitarem melhor a energia armazenada a bordo – ou, interpretando-o de forma diferente, diminuírem os desperdícios! Ainda assim, mantemos previsão em que fomos pioneiros: 10 km por kWh é objetivo possível, não “missão impossível”. Eis, talvez, o “segredo” para uma mudança de paradigma mais bem-sucedida e rápida.

 

O EcoBest Challenge também mede o que acontece depois da indicação de carga “zero” na bateria. Em Itália, todos os automóveis foram conduzidos até esse ponto e apenas um “morreu” de imediato. Mas, igualmente na comparação com os anos anteriores, as reservas de energia estão a diminuir. Portando, o melhor é não ter de utilizar esta espécie de “bónus” e planear bem as operações de carregamento.



Também interessantes são os resultados do índice EcoC 3, ou medição da energia necessária para recarregar a 100% baterias com 0% de carga. E todos os modelos, sem exceção, receberam mais do que a capacidade anunciada para o acumulador – registaram-se excessos entre 2,5% e 20,1%. Neste critério, Honda e:Ny1 no topo. Investigamos as razões dos consumos adicionais e, entre as causas, descobrimos perdas na passagem da corrente alternada para a contínua ou durante a operação, já que a energia alimenta todos os sistemas do automóvel empregues no processo (inversor, “software”, sistema de refrigeração, tomada, etc.). O estado da bateria e o tipo de carregador também podem originar perdas.


Finalmente, nesta edição, adicionámos o índice EcoC 4, para medição do nível de eficiência energética (km por kWh) dos automóveis elétricos novos em função não da capacidade nominal da bateria, mas da quantidade de energia que recebeu do carregador, excessos pagos pelos condutores e que escapam aos computadores de bordo. Neste item, primeira posição para o Mini Cooper SE, com 5,82 km/kW; o Opel Corsa Electric, o primeiro classificado no EcoC 2, é apenas terceiro no EcoC 4, precisamente devido às perdas de energia.



Também medimos os carregamentos com corrente alternativa e corrente contínua de forma rigorosa, em pontos com 22 kW e 350 kW de potência, respetivamente, e alimentaram todos os modelos com as capacidades máximas de recarga. E, claro, registámos, também, os tempos das operações, que são cada vez mais reduzidos. Nos postos rápidos, para o “reabastecimento de” 100 km, demoraram-se só entre 7 e 18 minutos! Ainda assim, mantém-se o tempo-recorde de 4 minutos registado pelo Hyundai Ioniq 6 em 2023.


Apenas a Volvo, com o EX30, conseguiu dois primeiros lugares nos índices analisados pelos membros da organização AutoBest

 

Este ano, nenhum automóvel ganhou todas as categorias e apenas a Volvo, com o EX30, conseguiu dois primeiros lugares nos nossos índices, o que denuncia falhas ao nível da consistência nos pontos-chave para muitos utilizadores de automóveis elétricos. A indústria tem de (re)agir.





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