Primeiro Grand Slam de Piastri
- José Caetano
- 1 de set.
- 4 min de leitura
O australiano Oscar Piastri, em McLaren-Mercedes, arrancando da “pole position” ganhou, em Zandvoort, a 35.ª edição do Grande Prémio dos Países Baixos, corrida que dominou de fio a pavio e em que protagonizou a volta mais rápida, garantindo, assim, o primeiro Grand Slam da carreira. Mas, certamente mais importante, com a desistência do companheiro de equipa, Lando Norris, o comandante do Mundial passou a somar mais 34 pontos do que adversário número um na luta pelo título. E faltam “apenas” nove rondas para a bandeira de xadrez na temporada de 2025!...

A Fórmula 1, cumprida a pausa tradicional para férias no verão, voltou à ação este domingo, com a ronda 15 da temporada de 2025 e a 35.ª edição do Grande Prémio dos Países Baixos, que regressou ao calendário do campeonato em 2021, após 35 anos de ausência, mas tem contrato somente até 2026, encontrando-se, por isso, entre as corridas que o nosso País, com o Autódromo Internacional do Algarve, no concelho de Portimão, pode substituir, confirmando-se o regresso da categoria de topo do desporto automóvel a Portugal em 2027, como informou, recentemente, o primeiro-ministro Luís Montenegro.
E que regresso, com 72 voltas movimentadíssimas no circuito de Zandvoort, entre as dunas ao lado das águas do Mar do Norte, mesmo se o piloto australiano Oscar Piastri, que arrancou da “pole position”, dominou a corrida do arranque à bandeira de xadrez! O Grande Prémio realizou-se sob ameaça de chuva, mas registou-se só a queda de meia dúzia de gotículas de água, facto sem quaisquer interferências na competição, e teve três intervenções do Safety Car novo (Aston Martin Vantage S), duas na sequência dos incidentes originem dos abandonos dos Ferrari, ambos na curva 3 – Hamilton perdeu o controlo do SF-25 na volta 23 e colidiu com o muro do circuito, Leclerc foi “abalroado” pelo Mercedes de Kimi Antonelli na 53 e assistiu à ponta final da prova no topo de duna! –, a terceira devido à fuga de óleo no MCL39 de Lando Norris.

Fuga de óleo “trama” contas de Lando Norris
Todos os incidentes colocaram Piastri sob pressão, uma vez que perdeu sempre a vantagem de tempo para os adversários diretos, mas nunca deixou de desfrutar da vantagem da primeira posição numa pista quase sem pontos de ultrapassagem. E, na 65.ª das 72 voltas a Zandvoort, o australiano “respirou”, por fim, com a saída de cena do companheiro de equipa, e adversário na luta pelo título, com fuga de óleo na unidade de potência Mercedes montada no McLaren. Um problema mecânico, o primeiro da escuderia britânico em 2025, com impacto no campeonato, uma vez que Oscar entrou no fim de semana com mais nove pontos do que Lando e deixou os Países Baixos com mais… 34. O campeonato tem “só” mais nove corridas!

“Lamento o azar do Lando, mas sinto-me muito contente com este resultado. Tive sempre o controlo da corrida, mesmo nos relançamentos após as intervenções do Safety Car. O título? O campeonato é longo e há outro grande prémio já no próximo fim de semana”, exclamou Piastri, que conseguiu somou a nova vitória na Fórmula 1, igualando os sucessos de Norris e do seu agente, o compatriota Mark Webber, e conseguiu o primeiro Grand Slam da carreira na categoria (primeiro de início a fim, volta mais rápida, vitória e “pole”). Este ano, em 15 rondas do campeonato, Oscar ganhou sete (e a McLaren-Mercedes 12)!

Primeiro pódio de Isack Hadjar e da Racing Bulls!
O tetracampeão mundial Max Verstappen, o vencedor nos Países Baixos em 2021, 2022 e 2023 (em 2024, primeira posição para Norris…), teve de contentar-se com o segundo lugar – só o primeiro pódio desde a ronda 10 da temporada, no Canadá, a 15 de junho! “Não foi nada fácil e arrisquei o que podia no arranque, montando os pneus mais macios para tentar atacar os McLaren, mas fui malsucedido. Gostava muito de vencer a ‘minha corrida’, mas o resultado é ótimo, considerando todas as circunstâncias”, disse o neerlandês.
Na terceira posição, surpreendentemente, classificou Isack Hajdar, piloto francês de origem argelina e 20 anos que cumpriu apenas a 15.ª corrida na Fórmula 1 – na primeira, a 16 de março, no Albert Park de Melbourne, Austrália, mas despistou-se na volta de formação e não participou no Grande Prémio! Para a equipa de Faenza, Itália, que funciona na órbita da Red Bull, sexto pódio na categoria, primeiro como Racing Bulls, depois de três como Toro Rosso e dois como AlphaTauri.

“Este momento é algo surreal. A infelicidade do Lando beneficiou-me. Estou muito feliz por mim, que sonhava com isto desde criança, mas também pela equipa, que trabalha de forma incrível e merece este resultado. Surpreendeu-me, sobretudo, o facto de não ter perdido a quarta posição que trazia da qualificação durante toda a corrida. O segredo? Maximizei tudo o que tinha e não cometi erros”, disse “rookie” candidato a companheiro de Verstappen na Red Bull em 2026, em substituição de Yuki Tsunoda.

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