A Renault, no processo de modernização e rejuvenescimento da gama, tem privilegiado muito o formato da moda, que atingiu o recorde de quota em julho, com 54% das vendas na Europa. O Symbioz tem "ar" de SUV, baseia-se na mesma arquitetura técnica do Captur, posiciona-se no segmento dos compactos e, no arranque da comercialização, encontra-se disponível apenas com a variante de 145 cv da motorização E-TECH full hybrid.
O Symbioz tem 169 mm de altura livre ao solo, o que até permite alguma liberdade de ação por caminhos diferentes dos habituais, mas dispõe de tração apenas às rodas dianteiras, facto que limita sobremaneira as aptidões para o fora de estrada. Ainda assim, apresenta-se equipado com controlo de tração que tem sistema de extensão da aderência (Extendend Grip) e dois modos de atuação específicos: Neve e Todo-o-Terreno.
Este compacto mede 4,41 m de comprimento, o que o coloca entre o Captur (4,24 m) e o Austral (4,51 m).
A base é a mesma do primeiro, a plataforma CMF-B, automóvel com que também partilha a linha de montagem na fábrica da Renault na região de Valladolid, Espanha, enquanto o segundo assenta na CMF-CD, arquitetura (muito) mais moderna que admite o recurso a tecnologias como o eixo traseiro direcional.
No entanto, por estar disponível apenas com motorização híbrida penalizada pela fiscalidade automóvel portuguesa, que é cada vez mais anacrónica, comparando-a com a que encontramos na generalidade dos países europeus, por considerar a capacidade dos motores em vez das emissões poluentes, o Symbioz confronta-se com obstáculo ao sucesso: no segmento C, existem alternativas com preços bem mais atrativos.
Felizmente, para a Renault, anunciam-se duas versões MHEV para 2025. Todavia, este facto não belisca as qualidades do SUV novo, nomeadamente nos domínios do equipamento, da funcionalidade e da qualidade. Exemplo: neste modelo, permite-se até 16 cm de regulação longitudinal dos assentos dos bancos posteriores, o que permite aumentar o espaço para as pernas dos passageiros ou a capacidade do compartimento de carga, de 434 litros para 548. Na posição mais recuada e rebatendo os encostos traseiros, o volume da bagageira “dispara” para 1582 litros. O Captur também tem a funcionalidade, sim, mas é mais compacto e, no frente a frente dos “mínimos”, comparando-se versões equivalentes, perde por 108 litros!
O compartimento tem formas muito regulares e pode contar com acessórios para arrumação e organização mais fáceis da carga. E existem duas posições em altura para fixação da plataforma. Sob este piso, mais espaço para colocar quase todo o tipo de objetos. Finalmente, o portão pode apresentar-se com sistema elétrico de abertura e fecho, incluindo com função mãos-livres que ativa os dois movimentos com a passagem do pé sob o para-choques.
Motorização híbrida
Para o arranque da carreira comercial do Symbioz, a Renault selecionou somente a motorização com tecnologia E-TECH full hybrid 145 que reconhecemos de Clio, Captur e Arkana. Neste sistema com capacidades (e qualidades) comprovadas, a marca associa mecânica de 4 cilindros e 1,6 litros a gasolina, unidade com 94 cv e 147 Nm, a duas máquinas elétricas, uma com 49 cv/36 kW e 205 Nm, a outra com 20 cv/15 kW e 50 Nm, ambas alimentadas por bateria de iões de lítio com 1,2 kWh de capacidade (só 0,85 kWh são utilizáveis), e caixa automática sem embraiagem e sincronizadores – a marca atribuiu-lhe o nome de “multimodo”.
No sistema E-TECH full hybrid da marca francesa, o motor elétrico principal, que é o mais potente, pode movimentar o automóvel de forma autónoma em meia dúzia de circunstâncias/condições, enquanto o secundário atua apenas como motor de arranque da mecânica de combustão interna. O condutor tem dois comandos que permitem intervir, diretamente, no funcionamento do mecanismo: o EV, existindo carga “q.b.” na bateria, faz com que o Symbioz acelere apenas de forma elétrica e o E-Save mantém nível mínimo de energia no acumulador, de 40%, para utilização num momento que pressuponha maior disponibilidade de fôlego, numa subida ou numa ultrapassagem, por exemplo.
O Symbioz, com a motorização E-TECH full hybrid, pode percorrer até 1000 km entre reabastecimentos.
Segundo a Renault, também devido ao peso moderado do SUV novo, a tecnologia permite que o Symbioz percorra até 1000 km entre reabastecimentos, utilizando-o muito em percursos citadinos. Nestes ambientes, 80% da condução em modo EV, devido ao funcionamento otimizado do sistema de recuperação e regeneração de energia para o recarregamento da bateria. E o modo preditivo de condução híbrida também contribui para a agradabilidade e eficiência na utilização.
Equipamento e tecnologia
A Renault propõe o Symbioz com quatro níveis de equipamento, embora o básico, o Evolution não esteja disponível, ainda, para pré-reserva. Assim, neste “pontapé de saída” no nosso País, encontram-se disponíveis para encomenda só o Techno (34.499 €), o Esprit Alpine (36.499 €) e o Iconic (38.499 €). Confirmando-se o calendário do lançamento, entrega das primeiras unidades a clientes durante o outono.
Independentemente da versão e cumprindo a regra entre as marcas classificadas como generalistas, Symbioz sempre bem equipado de série. Também em todas as versões, materiais e montagem que contribuem para a impressão de qualidade. A apresentação e os revestimentos na maioria das superfícies variam em função do modelo selecionado, com o Esprit Alpine a diferenciar-se pela imagem desportiva, com pespontos azuis e bandeira francesa no painel de bordo, em frente ao banco do passageiro, e nos encostos dos assentos dianteiros.
O Symbioz tem jantes de 18 ou 19’’, sistema Multi-Sense para seleção de diversos modos de condução, faróis e farolins com tecnologia LED e programa multimédia com monitor tátil de 10,4’’ no centro do painel de bordo, posicionado na vertical e orientado para o condutor – o OpenR Link que dissecámos na edição 4 de E-AUTO (encontra-se à venda em www.e-auto.pt, no submenu “revista digital”, por 1,50 €) é baseado no Android Automotive 12, com ecossistema Google (navegação Maps, assistente de voz e loja com mais de 50 aplicações disponíveis para “download”), e admite atualização remota, com acesso à Internet. Esta tecnologia é compatível com o Android Auto e o Apple CarPlay, Para a instrumentação, monitor com 10,3’’ que também permite reconfiguração e seleção da apresentação e da informação.
A experiência de utilização do sistema multimédia OpenR Link, pela facilidade e rapidez de resposta, mais do que satisfaz.
Complementarmente, dependendo da versão, Symbioz com equipamento de som da Harman Kardon (nove altifalantes), iluminação ambiente com possibilidade de seleção de 48 cores, carregador inalábrico para telemóvel e, a “cereja no topo” do bolo, o teto panorâmico Solarbay que a Renault estreou nos topos de gama Rafale e Scénic E-TECH 100% Elétrico – este sistema, recupera-se a informação, não tem cortina de proteção térmica, por dispensá-la, uma vez que tem sistema que muda os níveis de transparência do vidro através da reação da lâmina de cristal líquido à corrente elétrica; configurações admitidas: transparente e opaco, transparente só à frente e opaco atrás ou opaco só à frente e transparente trás; a seleção do modo faz-se em comando específico ou por ordem vocal.
No Symbioz, automóvel novo e, por isso, obrigado ao cumprimento das regras que vigoram na Europa, três dezenas de assistentes eletrónicos à condução, incluindo regulador de velocidade ativo que atua de forma coordenada com o programa que assegura a manutenção do Renault na faixa de rodagem, combinação que garante (algumas) capacidades de movimento “sem mãos e pés”; a Renault, para o Active Drive Assist, reivindica Nível 2 de condução autónoma. Pretendendo-se, em botão específico (My Safety Switch), desativam-se diversos mecanismos, para aumento da liberdade de ação. Existem sete cores para este automóvel.
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