Tecnologia nova para baterias
- João Isaac

- há 18 horas
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Sistema de válvulas permite “dividir” as bateria por zonas, favorecendo o controlo térmico localizado.

Chama-se Dectravalve e é uma tecnologia patenteada desenvolvida pela "start-up" britânica HydroHertz que promete revolucionar a gestão das baterias dos carros elétricos, nomeadamente no que respeita ao controlo térmico. Através da instalação de sistema sofisticado de válvulas, o sistema garante mais-valias como tempos de carregamento inferiores, autonomias superiores e ciclos de vida útil e segurança de utilização maiores.
O sistema da HydroHertz inclui um conjunto de válvulas que cria zonas distintas no núcleo da bateria, suportando um controlo térmico mais localizado, o que, de acordo com a empresa, garante um aquecimento e um arrefecimento mais eficiente, promovendo, igualmente, um melhor processo de recuperação de energia, essencial para o aumento da eficiência do automóvel.
Num teste de carregamento rápido realizado por peritos independentes, uma bateria com química do tipo LFP e 100 kWh de capacidade equipada com a tecnologia Dectravalve, depois de submetida a um carregamento com uma potência de 350 kW, terá mantido a sua célula mais quente abaixo dos 44,5 ºC, assim como uma temperatura muito estável durante a operação e em todo o pacote, registando-se uma variação de só 2,6 ºC entre o ponto mais quente e o mais frio. E, nestas condições, o aumento da carga armazenada de 10% para 80% demorou cerca de 10 minutos.

Comparativamente a outros testes de carregamento efetuados com baterias equivalentes, mas sem a nova tecnologia, o sistema da HydroHertz garante variações térmicas muito inferiores, uma vez que existem registos de picos de temperatura na ordem dos 56 ºC nalgumas células,e amplitudes térmicas que podem chegar aos 12 ºC.
De acordo com a entidade responsável pelos testes de carregamento, quando a temperatura excede os 50 ºC, a potência de carregamento deve ser reduzida para evitar o sobreaquecimento das células, o qual pode inclusivamente causar danos nas mesmas. Isto significa também que o carregamento rápido tem de ser interrompido, aumentado, significativamente o tempo necessário para o fazer. No teste realizado com a nova tecnologia de válvulas, tal não se verificou, ainda que a potência elevada o pudesse justificar.
A manutenção da temperatura dentro dos valores ideais significa que a eficiência da utilização da bateria é também otimizada, resultando em autonomias de utilização consideravelmente superiores, podendo chegar a uma melhoria de 10%. E uma vez que a temperatura de funcionamento é significativamente mais baixa, é igualmente reduzido o risco de sobreaquecimento e de situações em que a segurança pudesse ficar comprometida.

"A Dectravalve resolve um problema fundamental dos sistemas de gestão térmica das baterias dos veículos elétricos: como conseguir um controlo verdadeiramente independente da temperatura por zona, sem a complexidade, o peso e o desperdício de energia de múltiplas matrizes de válvulas", afirma Martyn Talbot, diretor técnico da Hydrohertz.
A HydroHertz destaca ainda um outro grande argumento da sua tecnologia Dectravalve, o facto de esta poder ser aplicada a uma bateria de qualquer química, bem como a configurações futuras que estejam atualmente em desenvolvimento, o que significa que a sua aplicabilidade é extensa.
“A nossa inovação é elegantemente simples: uma única unidade controlada digitalmente que pode gerir quatro ou mais zonas de refrigeração separadamente. Com a Dectravalve, cada zona de refrigeração é completamente independente, pelo que o líquido refrigerante flui da bomba para a bateria e volta novamente num circuito específico. Não há fugas indesejadas de líquido refrigerante quente entre as diferentes zonas, o que prejudicaria a eficiência”, referiu ainda Martyn Talbot.







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