Elétricos já não são prioritários na China
- Pedro Junceiro
- há 2 horas
- 2 min de leitura
A China excluiu os carros elétricos da lista de prioridades para o desenvolvimento económico do país durante os próximos cinco anos (2026-2030), decisão que representa mudança de posição no que respeita aos apoios de Pequim à indústria automóvel interna, após muitos anos de incentivos. Esta medida afetará todos os automóveis com Novas Energias (NEV), incluindo os híbridos Plug-In (PHEV).

Durante anos, Pequim apoiou a indústria automóvel financeira e logisticamente (baixou os custos de transporte e cedeu terrenos para a construção de unidades industriais, por exemplo), mas o governo chinês considera que o setor está já suficientemente desenvolvido e pode continuar a expandir-se de forma autónoma, dentro e fora das fronteiras do país. E, por isso, pela primeira vez em mais de uma década, automóveis com motores elétricos fora da lista de prioridades económicas do país.
No entanto, nos últimos meses, surgiram diversos relatos de dificuldades nalguns fabricantes locais, devido a problemas com excessos de produção e guerras de preços que penalizaram a rentabilidade. Como resultado da mudança na orientação da política económica, espera-se redução substancial nos apoios aos fabricantes locais de carros com Novas Energias (NEV).

“A China já é dominante nos carros elétricos e na tecnologia das baterias, não faz sentido continuar a privilegiar este setor”, explica Dan Wang, diretora do Eurasia Group para os assuntos relacionados com o país asíático, citada pela agência Reuters. “Isso não quer dizer que o Governo obriga a cortes na capacidade de produção, mas o mercado decidirá os fabricantes que sobrevivem”, disse a mesma responsável.
De acordo com diversos analistas da indústria, esta mudança fará com que os construtores chineses dependam muito mais da capacidade de inovação dos automóveis que produzem e da qualidade dos produtos que propõem no mercado. Espera-se, ainda, que esta decisão origine um abrandamento nos planos de expansão noutros mercados empreendidos por diversos fabricantes, sobretudo na Europa, com o fim da “garantia” do apoio governamental.




