Híbridos na Peugeot até depois de 2030
- Pedro Junceiro

- 29 de set
- 2 min de leitura
A Peugeot pretende manter a aposta nas versões híbridas para lá de 2030, de acordo com o Administrador-Delegado da marca francesa propriedade do consórcio Stellantis, Alain Favey, estratégia que será desenvolvida em paralelo com o investimento no aumento de automóveis elétricos.

Como a procura de automóveis 100% elétricos continua abaixo do esperado, muitos construtores foram obrigados a reagir, na maior parte dos casos estendendo a vida programada para os carros com motores de combustão interna. Mesmo que a confiança na tecnologia elétrica permaneça, diversos fabricantes adaptaram as estratégias de produto e, no caso da Stellantis, existe mesmo abertura para que cada aborde o problema da forma que entender mais correta.
Em declarações a conjunto restrito de jornalistas – neste encontro, apenas E-AUTO “representou” Portugal –, Alain Favey, que assumiu o comando da Peugeot em fevereiro, deixou muito claro que a tecnologia híbrida será utilizada pela marca até depois de 2030.
Com a Opel a decidir que a próxima geração do Corsa será lançada apenas com motorizações elétricas, o que permitirá, paralelamente, prolongar o ciclo de vida do segmento B atual, Favey foi questionado se a Peugeot pretende seguir o mesmo caminho e respondeu que os híbridos fazem parte da estratégia da marca francesa, que não é igual à da Opel.

“Não temos necessariamente de ter a mesma estratégia. A única coisa que posso dizer-vos é que vamos continuar a propor motores elétricos e híbridos em toda a gama para lá de 2030, mas temos de adaptar a nossa estratégia às condições do mercado. Na Europa, neste momento, se olharmos para os números das vendas dos híbridos, a Toyota é número um e a Peugeot número dois. Estamos a contribuir para o futuro descarbonizado que todos ambicionados e, para sermos bem-sucedidos, temos de continuar a ‘puxar’ pelas tecnologias híbridas”, explicou.
Mais-valias dos PHEV
O conceito dos híbridos Plug-In (PHEV) é, segundo Favey, muito vantajoso até do ponto de vista da adoção da mobilidade elétrica sem constrangimentos relacionados com autonomias ou tempos de recarga das baterias. “O aumento da procura da tecnologia não é uma surpresa e vai continuar a verificar-se. Por vezes, está relacionado com incentivos fiscais, sobretudo nos mercados B2B e nalguns países, como a Bélgica ou Portugal, mas o sistema oferece, sem dúvida, muitas vantagens. Já contamos com a segunda geração do sistema e estamos a lançá-la, neste momento, no 3008 e no 5008, e também ficará disponível no 308 e no 408”, informou o diretor da Peugeot.

Favey mantém os elétricos como a aposta prioritária da Peugeot, mas reconhece que o crescimento da tecnologia nas vendas não está ao mesmo nível do que acontece em marcas concorrentes, como a Volkswagen, o que explica com o facto de muitos fabricantes terem modelos apenas com baterias, como o ID.4. “O futuro será elétrico e estamos empenhados em baixar as emissões de CO2, independentemente do que a Europa fizer. É o nosso compromisso e, por isso, temos esta oferta multienergias, que manteremos para lá de 2030”, concluiu.







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