Londres vale dois títulos!
- José Caetano
- 23 de jul.
- 4 min de leitura
Este fim de semana, em Londres, Inglaterra, cidade que recebe a Fórmula E pela sétima vez em 11 temporadas (nas primeiras 12 corridas, 11 vencedores!), ponto final na edição de 2024/2025 do campeonato de monolugares elétricos, com dois ePrix no ExCel. António Félix da Costa (Porsche) persegue o pódio no campeonato de pilotos e os títulos de Construtores e Equipas…

É o ponto final na Época 11 do Campeonato do Mundo de Fórmula E, com dois ePrix no ExCel de Londres, Inglaterra, circuito semicoberto com 2,077 km e 20 curvas que tem, ainda, a particularidade de combinar asfalto e cimento, que podem apresentar-se molhados e secos, respetivamente, dependendo dos humores das condições climatéricas na capital britânica. Por decidir, nas rondas 15 e 16 de temporada, os vencedores entre os construtores e as equipas, com a Porsche do português António Félix da Costa e a Nissan do campeão Oliver Rowland na luta pelos dois títulos.
Félix da Costa, que deve estar a caminho da Jaguar, após três anos na Porsche, oportunidade de ouro para despedida bem-sucedida, com a conquista de dois títulos, ambos coletivos, uma vez que os alemães comandam entre as equipas, com mais 23 pontos do que a Nissan, e também são primeiros na classificação dos construtores, neste caso com mais 7 pontos do que rival japonesa. Nos dois cenários, máximo de 94 pontos para somar em Londres. E, assim, matematicamente, DS Penske e a campeã em título Jaguar também podem sonhar com a primeira posição (têm, respetivamente, menos 60 e 64 pontos do que a comandante da tabela), mas apenas a Jaguar, está, ainda, na luta pelo segundo (menos 66).

Português ambiciona pódio no campeonato
“É quase uma tradição terminarmos a temporada em Londres. Neste circuito, Encontramos sempre uma atmosfera especial e sinto-me motivado por ainda poder lutar por objetivos, nomeadamente pelos dois títulos coletivos. Estamos focados em conquistá-los. O nosso monolugar adapta-se bem a esta pista e, também por isso, acreditamos que podemos conseguir bons resultados e, assim, sermos bem-sucedidos e cumprirmos a missão”, antecipa Félix da Costa, que ainda aguarda decisão da Porsche sobre o futuro – pode acionar a opção que “obriga” a português a permanecer mais uma temporada na equipa, facto pouco provável, não por falta de qualidades ou resultados de António (esta época, contabiliza quatro pódios), mas devido à má relação que mantém com Wehrlein, o incidente que protagonizaram no treino livre na véspera do ePrix de Berlim (o alemão empurrou o português contra o muro), seguramente, não beneficiou o ambiente interno.
Patrocinado pela Marvel Studios, empresa propriedade da Walt Dysney que está a promover a estreia de filme nas salas de cinema (“Quarteto Fantático: Primeiros Passos), o ePrix de Londres realiza-se pela sétima vez em 11 temporadas de Fórmula E. Pelo quinto ano consecutivo, a competição realiza-se no centro de congressos e exposições ExCel, com programa que inclui duas corridas durante o fim de semana, uma no sábado (37 voltas a partir das 17h05, após qualificação às 12h20), outra no domingo (34 voltas, nos mesmos horários). Na primeira, paragem obrigatória nas boxes para recarregamento de 30 s das baterias dos monolugares, (o Pit Boost, recorda-se, foi introduzido esta temporada) – os 600 kW de potência permitem ganhar 3,85 kWh de energia e a operação pode cumprir-se apenas quando o nível de armazenamento de carga os 40% e os 60% da capacidade máximo, facto que adiciona elemento tático importante à ação.
Adeus de Maserati e McLaren, estreia da Citroën na Época 12
Em Londres, duas equipas despedem-se da Fórmula E: Maserati e McLaren. A primeira, confirmando-se os rumores, será substituída pela Citroën na Época 12, que tem arranque marcado para 6 de dezembro, em São Paulo, Brasil, depois de cumprir apenas três temporadas no Mundial (em 46 ePrix, três vitórias, seis pódios e duas “poles”), enquanto a segunda, que sucedeu à Mercedes-EQ nas grelhas de partida no arranque de 2022/2023, também participou em três edições do Mundial (46 ePrix, uma vitória, oito pódios e seis “poles”). Neste caso, depois da negociação malsucedida com a Hyundai para a “passagem de testemunho”, licença de participação outra vez nas mãos do promotor do campeonato.

McLaren e Nissan desenvolveram pinturas especiais para Londres, ambas azuis, a primeira para marcar o adeus ao campeonato, a segundo para comemorar o título de pilotos e, simultaneamente, promover a cor de lançamento das gerações novas de Micra e Leaf, dois automóveis com motorizações elétricas em vez de térmicas. Entre os pilotos, fim de ciclo para o britânico Sam Bird, que esteve no arranque da Fórmula E, a 13 de setembro de 2014, no Parque Olímpico de Pequim China, e tem 139 ePrix, 12 vitórias, 27 pódios e seis “poles” no currículo (mais corridas, apenas Lucas di Grassi, com 145, Jean-Éric Vergne, com 144, Félix da Costa, com 142, e Sébastien Buemi, com 141). Norman Nato (Nissan), Jake Hughes (Maserati), Stoffel Vandoorne (Maserati), Nico Müller (Andretti) e David Beckmann (Cupra KIRO) também não estão confirmados para a Época 12, a última com o monolugar Gen3 estreado no arranque da Época 9 (versão Evo introduzida apenas no início da temporada que tem a bandeira de xadrez quase à vista!...), com a incerteza sobre o futuro de António na Porsche a condicionar uma mão cheia de decisões/transferências.

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