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Polygon: Peugeot reinventa volante

Chama-se Polygon Concept e apresenta-nos o Hypersquare, o futuro do i-Cockpit apresentado no 208 de 2012 e reinterpretado no 3008 de 2023. Dispensa a coluna da direção, por contar com tecnologia “steer-by-wire” e a Peugeot promete-o para 2027, provavelmente na próxima geração do carro do segmento B!



A Peugeot não tem concorrente no segmento A (citadinos) desde o ponto final na produção do 108, na fábrica de Kolín, na Chéquia, mas a marca tem estudo novo que abre a porta ao regresso à categoria, que pode recuperar importância, com a democratização do acesso à eletromobilidade. E a satisfação desta necessidade exige o desenvolvimento de geração nova de carros mais pequenos e, sobretudo, mais baratos. Em 2024, a quota de mercado da categoria na Europa era de 4,2% (509.700 unidades), “contra” 9,5% em 2013 ou 12,5% em 2009.

 

Alain Favey, 58 anos, o francês à frente da Peugeot desde fevereiro, não anunciou o regresso da marca à categoria na apresentação do Polygon Concept, estudo de citadino com motorização elétrica (entre os alvos potenciais, o Renault Twingo E-Tech Electric!), mas comprometeu-se com a introdução do Hypersquare em 2027 – e, arriscamos esta previsão, na próxima geração do 208, a terceira desde 2012 (o carro no mercado é de 2019 e foi modernizado no verão de 2023)! Cumprindo-se o que está programado, o automóvel novo assentará na plataforma STLA Medium do consórcio Stellantis.



O que é e como funciona o Hypersquare? 

Favey apresentou-o como o próximo capítulo na história da Peugeot e o futuro da experiência de utilização e do prazer de condução nos carros da marca francesa, por propor a reinvenção de equipamento que mudou muito pouco em mais de 100 anos. E o que propõe o Hypersquare? Uma reinterpretação substancial do módulo de controlo da direção, que passa a executar, eletronicamente, todas as ações do condutor. Eliminando-se a ligação direta com as rodas, princípio convencional do sistema mecânico, aumentam-se agilidade e precisão, beneficia-se a experiência e o prazer de condução. Na prática, a ideia é propor uma relação Homem-Máquina nova.


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O Hypersquare da Peugeot diferencia-se dos volantes convencionais pelas formas retangulares e por dispor de comandos nos quatro cantos para controlo de muitas funções do carro, através de toques simples com os polegares. E há, ainda, painel micro-LED que substitui a instrumentação clássica. A marca francesa apresentou-nos o conceito no Inception Concept de 2023, promoveu-o no VivaTech de 2024 e, atualmente, continua a otimizá-lo para poder introduzi-lo na produção em série. A Lexus tem sistema semelhante na geração nova do RZ. As vantagens são iguais: a baixa velocidade, o carro estaciona-se com movimentos pequenos no “volante”; a média e alta velocidades, a direção reage sempre com muita sensibilidade (leia-se direta). A utilização do sistema exige, obrigatoriamente, o cumprimento de período de aprendizagem, também para adaptação à ergonomia.



A ideia por detrás do Hypersquare não é original. A indústria da aviação utiliza-a há muito tempo. No entanto, para proporcionar experiência de condução mais digital e intuitiva, o que significa, também, a redução do número de botões e comandos nos painéis de bordo dos automóveis, a marca francesa inspirou-se no mundo dos “smartphones”. A Peugeot, no Polygon, antecipa, igualmente, a redução dos ecrãs no interior do carro, que são substituídos por sistema de projeção de informações no para-brisas (Head-Up Display), de grandes dimensões (24 cm de largura por 74 cm de altura), e que admite configuração de acordo com as necessidades e muda de apresentação em função do programa de condução (Cruise, Fun e Hyper). Esta ação altera, igualmente, a animação e a iluminação interior e exterior – e, assim, à frente e atrás, as três garras dominantes nos Peugeot apresentam-se na horizontal e não na vertical (outra mais-valia da tecnologia micro-LED).


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Menos componentes, menos peso, menos consumo 

A ausência da coluna de direção permite, também, reinterpretar a configuração do interior do automóvel, possibilidade que a Peugeot também explora em “concept” apresenta os futuros carros pequenos da marca (segmentos A e B), sobretudo na consola central e no painel de bordo, que têm arquiteturas e desenhos diferentes do comum. E ensaia-se, simultaneamente, abordagem nova à construção, com a economia circular debaixo de olho – utilização massiva de materiais reciclados e fáceis de reciclar, redução relevante do número de componentes para simplificar o desenvolvimento, a produção ou a manutenção. Vantagem suplementar: assim, reduz-se o peso e, consequentemente, o consumo de energia.



No Polygon Concept com duas portas que abrem ou fecham como “asas” (trata-se de solução que melhora muito o acesso a interior com apresentação minimalista), bancos fabricados com plásticos reciclados e injetados com espuma, e recurso à tecnologia de impressão 3D, processos desenvolvidos com a Nagami (Espanha) e a Sixinch (Bélgica). Muitos componentes do carro podem substituir-se facilmente, o que aumenta muito o potencial de personalização (estende-se até aos pneus da Goodyear, que têm gravações a laser nos flancos na mesma cor do automóvel). O “concept” tem menos de 4 m de comprimento e motorização elétrica, mas não há informações sobre potência, capacidade da bateria ou autonomia.


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O Peugeot Polygon Concept, recorda-se, também está disponível digitalmente em videojogo com milhões de adeptos (Fortnite) – a Epic Games introduziu o título em 2017 e, segundo os números mais recentes, contabiliza 650 milhões de jogadores registados, com cerca de 120 milhões ativos/mês e entre um e três milhões/dia! O carro movimenta-se na Peugeot Polygon City, ilha virtual com o mesmo formato do Hypersquare. No Fortnite, três interpretações de estudo que apresenta o futuro da marca (no desenho e na tecnologia): urbana, desportiva e exploradora.

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