Buemi surpreende no ePrix do Mónaco
- José Caetano
- há 1 dia
- 3 min de leitura
Sébastien Buemi, no Jaguar I-Type 7 da Envision, ganhou a segunda corrida do fim de semana da Fórmula E no Mónaco. Para o suíço de 36 anos, campeão da Época 2 (2015-16) do campeonato de monolugares elétricos, 14.ª vitória nesta categoria, o que representa recorde, mas apenas a primeira desde Nova Iorque-2019. Foram cinco anos, nove meses e 20 dias de jejum! António Félix da Costa, da Porsche, foi quarto e recuperou a segunda posição no Mundial.

A história de Sébastien Buemi na Fórmula E é (quase) tão antiga como a do próprio campeonato de monolugares elétricos organizado a partir de setembro de 2014. O suíço de 36 anos encontra-se na categoria desde o arranque, após passagem pela Fórmula 1 (2009-2011), com a Toro Rosso, escuderia que representou num total de 55 grandes prémios, e em “coabitação” pacífica com a participação no Mundial de Resistência (WEC) – desde 2012, sempre com a Toyota, quatro títulos e 26 vitórias, incluindo quatro nas 24 Horas de Le Mans.
Campeão na Época 2 (2015-2016), com a e-dams Renault, Buemi tem 134 ePrix no currículo e, até este domingo, partilhava o recorde de 13 vitórias na categoria com o brasileiro Lucas di Grassi e o neozelandês Mitch Evans. Sébastien, na sessão de qualificação para a ronda 7 da temporada 2024-25, conseguiu a oitava posição na grelha de partida, resultado que não permitia antecipar na corrida, tanto mais que a Envision não ganhava qualquer ePrix desde Londres-2023 (Nick Cassidy). Mas, o “jejum” do helvético era ainda maior: durava há cinco anos, nove meses e 20 dias, com 78 ePrix realizados neste período, desde o triunfo em Nova Iorque-2019.

“Já tinha pensado que nunca mais conseguiria ganhar outra vez na Fórmula E. Para consegui-lo, não dependemos apenas de nós. É preciso sorte e também temos de contar com carro e equipa para aproveitarmos o momento certo. E, hoje, os astros alinharam-se. E sinto-me muito feliz. A corrida foi complicada, principalmente até conseguir impor-me nos duelos com o António [Félix da Costa] e o Max [Günther]. Decidimos bem os tempos de ativação do ‘Attack Mode’ e, depois de passar para o comando, fui capaz de distanciar-me do Oli [Rowland]. E, finalmente, ‘livrei-me’ do 13”, exclamou Buemi, radiante com a terceira vitória pessoal do ePrix do Mónaco – juntou 2025 a 2015 e 2017.

Esta vitória no segundo ePrix do Mónaco da temporada de 2024-25 projetou Buemi para o “top-10” no campeonato de pilotos e fez com que a Envision abandonasse a 11.ª posição da classificação do Mundial de Equipas. E Rowland, embora tivesse o triunfo debaixo de olho, por ambicionar repetir o resultado da véspera, considerou o piso molhado, seguramente, e adotou abordagem mais conservadora no final da corrida. E os 21 pontos da segunda posição permitiram-lhe aumentar ainda mais a vantagem no comando do campeonato, que progrediu de 34 pontos para 48.
Félix da Costa “salva” fim de semana
António Félix da Costa, após o abandono no sábado, teve domingo mais produtivo. O piloto português da Porsche, apenas 15.º na qualificação da véspera, conseguiu o sexto tempo no programa que “arrumou” a grelha de partida e, na corrida, evitou confusões que pudessem “eliminá-lo” outra vez, mas fê-lo sem renunciar a duelos ou a lutar por lugar no pódio. Esteve quase a consegui-lo, mas terminou em quarto e realizou a volta mais rápida da corrida, assim recuperando a segunda posição no campeonato, com mais um ponto do que o companheiro de equipa e campeão da Época 10, o alemão Pascal Wehrlein.
“Este quarto lugar ‘salvou-me’ o fim de semana. Estivemos lentos, facto que tenho de analisar e discutir com a equipa, mas a chuva acabou por beneficiar-nos, como ficou demonstrado durante a qualificação, com o apuramento para os duelos, e na corrida. Queria muito o pódio, mas o abandono de ontem fez-me ‘morder a língua’ e contentar-me com o quarto lugar. A vantagem do Rowland é cada vez maior, sim, mas ainda estamos na primeira metade do campeonato”, concluiu Félix da Costa.
No calendário da Fórmula E, após a passagem pelo Mónaco, outro fim de semana com dois ePrix na “linha do horizonte”. Nos dias 17 e 18 monolugares elétricos em ação no circuito citadino de Tóquio, Japão.

Comments