G 580 Elétrico não convence

Automóvel icónico da Mercedes-Benz ganhou versão sem mecânica de combustão interna, mas proposta não está a seduzir os clientes da marca alemã, sobretudo no "mercado-alvo": os EUA. Desde o outono do ano passado, naquele país, zero unidades vendidas!

A eletrificação do automóvel traz enormes desafios para os fabricantes. Por um lado, existe o desafio tecnológico associado ao desenvolvimento dos componentes, nomeadamente motores, baterias, inversores, cablagens elétricas e "software" de controlo. Por outro, o desafio de conquistar clientes perante uma realidade que é, em muitas vertentes, totalmente nova.

Neste aspeto, o desafio da eletrificação ganha dimensão nova quando se trata de modelos como o Classe G da Mercedes-Benz, automóvel icónico na história da marca alemã que passou a ser proposto com uma motorização 100% elétrica. Porém, os clientes não parecem convencidos e continuam a preferir adquirir o todo-o-terreno com motores de combustão. Até ao final de abril, em todo o mundo, venderam-se quase sete vezes mais unidades térmicas do que elétricas.

De acordo com a notícia publicada pela publicação alemã "Handelsblatt", existem até relatos de responsáveis de concessionários oficiais que reconhecem o falhanço comercial do modelo perante os clientes. Desde o outono do ano passado, escreve-se a notícia, não se vendeu qualquer unidades do G 580 com Tecnologia EQ nos EUA, um mercado com enorme poder de compra e onde os grandes SUV têm habitualmente uma grande procura.

Uma das explicações para o fraco desempenho comercial do modelo pode estar relacionada com a sua conceção. Uma vez que o G 580 não é construído com base numa plataforma específica para elétricos, a instalação da enorme bateria e da sua estrutura protetora no pesado e reforçado chassis de longarinas significa que o o G elétrico excede as três toneladas, o que reduz muito a carga útil oferecida. O facto de não contar com uma solução de reboque também não o favorece. Veremos, pois, o que lhe reserva o futuro.