Kubica (e Ferrari 499P) na “pole” de Austin

Robert Kubica, no Ferrari 499P da equipa AF Corse, com 1.57,655 m nos 5,513 km do Circuito das Américas, conquistou a primeira “pole” no Campeonato do Mundo de Resistência (WEC). Conseguiu-o na Hyperpole para a ronda seis da temporada, a Lone Star Le Mans. Este domingo, corrida de 6 horas com início marcado para as 19h00 de Portugal Continental. Ford Mustang de Bernardo Sousa segundo entre os LMGT3.

O Ferrari 499P, independentemente de contar com mais ou menos peso e mais ou menos potência, em função do BoP (“Balance of Performance”) imposto corrida a  corrida pelos comissários técnicos da Federação Internacional do Automóvel (FIA) – em Austin, “cavallinos rampantes” pouco penalizados, ao contrário dos Cadillac e dos Porsche, que perderam kW e ganharam kg, não para de colecionar sucessos no Mundial de Resistência. Este sábado, na qualificação para a Lone Star Le Mans, corrida de 6 horas a realizar amanhã (arranque marcado para as 19h00 de Portugal Continental), nona “pole position” da marca de Maranello desde a estreia no WEC, no início da temporada de 2023 – oficialmente, é só a oitava, devido à anulação da conquistada em Spa-2024. Todavia, trata-se apenas da primeira do polaco Robert Kubica e do hipercarro #83, vencedor da edição de 2025 das 24 Horas de Le Mans, que também é tripulado pelo britânico Phil Hason e o chinês Yefei Ye. E também é primeira de máquina inscrita por equipa privada nesta era do WEC, que teve início em 2021!

Kubica, com 1.57,655 m nos 5,513 km do COTA (168,7 km/h de velocidade média), ganhou a Hyperpole que contou com os 10 hipercarros mais rápidos na sessão de qualificação e arrumou as primeiras cinco linhas da grelha de partida, impondo-se ao segundo classificado no programa, o 499P #51 da Ferrari AF Corse, por 0,096 s! Este programa realizou-se com condições climatéricas instáveis, o que manteve a incerteza sobre os resultados até à bandeira de xadrez. A chuva durante a primeira parte da qualificação molhou a pista, tornando-a escorregadia, e originou dúvidas nas equipas, nomeadamente em matéria de escolha de pneus. A Cadillac, depois da vitória na ronda cinco do campeonato, no Brasil, arriscou, trocando os “slicks” por compostos para piso molhado, e foi mal-sucedida, com os V-Series.R da JOTA a registarem o 15.º e o 16.º tempos e, por isso, a não conseguirem apurar-se para a segunda parte!

“Esta sessão de qualificação posiciona-se, seguramente, entre as mais difíceis da minha carreira. A aderência mudava de curva para curva e não era fácil perceber o limite, mas senti-me muito confiante desde o início. Consegui aquecer os pneus e ler bem a pista, sem correr riscos excessivos. Se saísse da trajetória ou exagerasse na velocidade de entrada em curva, não tinha margem para recuperação. A ‘pole’ é incrível, também por valer ponto extra para as contas do campeonato. No entanto, antecipo corrida diferente do que vimos hoje”, disse Kubica, segundo classificado no Mundial de Pilotos, com Phil Hanson e Yefei Yu. Os três têm 94 pontos, “contra” os 105 dos tripulantes do 499P #51, James Calado, Alessando Pier Guidi e Antonio Giovinazzi, o adversário número um de Kubica durante a qualificação no Texas.

Jean-Éric Vergne foi o outro protagonista da sessão, com o francês a colocar o 9X8 #93 da Peugeot na terceira posição. Todavia, no fim do programa, Eduardo Freitas, o português diretor de corrida do WEC, penalizou-o, empurrando-o para último na grela de partida com 18 hipercarros: a luz traseira de chuva estava acesa de forma permanente, como é imposto pelos regulamentos sempre que a pista é declarada molhada, e todos os tempos por volta do piloto foram “apagados”.

Proton Competition domina LMGT3 

Na categoria LMGT3, surpreendentemente, sobretudo depois dos problemas com que foram confrontados durante a primeira parte da qualificação, Ford Mustang da Proton Competition na primeira linha da grelha de partida, com o 88 à frente do 77. Giammarco Levorato foi o mais rápido, com 2.07,645 m (155,5 km/h de velocidade média), superiorizando-se a Bem Tuck, parceiro de equipa do português Bernardo Sousa, por 0,018 s!

Na terceira posição, a 0,617 s da “pole position”, McLaren 720S LMGT3 Evo #95 da United Autosports. O angolano Rui Andrade, no Corvette Z06 LMGT3.R da TF Sport, terminou a primeira parte da qualificação na 11.ª posição e não conseguiu apurar-se para a Hyperpole.