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Primeiras impressões BYD Atto 2 Boost

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

O Atto 2 vem reforçar a gama da BYD num segmento em que os concorrentes elétricos são – ainda – pouco numerosos. O novo automóvel da marca chinesa traz consigo argumentos fortes, como o espaço a bordo, a tecnologia destacada e o preço que, durante a campanha de lançamento, fica abaixo dos 30.000€.



Marca em franco crescimento na Europa, a BYD apresenta agora em Portugal o Atto 2, modelo que está apontado ao “coração” do segmento B-SUV, permitindo à marca chinesa alavancar o seu crescimento a partir de um mercado que continua a ser de grande importância na Europa e em Portugal.

 

Aliás, o mercado nacional é um dos que tem maior peso de vendas de modelos de segmento B (em torno dos 4,0 metros de comprimento), tendo representado quase 45% das vendas de ligeiros de passageiros em 2024 (mais de 93 mil unidades). Além disso, é também um tipo de automóvel em que a eletrificação começa a dar cartas, com um em cada quatro modelos do segmento vendidos em 2024 a terem uma motorização eletrificada.

 

Assim, não é de estranhar a importância que a marca (representada em Portugal pela Salvador Caetano) concede a este Atto 2, tendo a expectativa de que este modelo possa representar uma fatia importante das vendas anuais em solo nacional.


BYD Atto 2 Boost

Novidades técnicas 

Com uma rede de investigação e de desenvolvimento bastante forte e rápida na implementação de melhorias e de novas soluções (mais de 120.000 funcionários só nessa área), a BYD apresenta no Atto 2 uma série de novidades técnicas mais recentes da marca, como a plataforma e-Platform 3.0 ou a construção “Cell-to-Body” (CTB), tornando a bateria num elemento estrutural.

 

Indo por partes, a plataforma é uma evolução e é formada por três elementos essenciais: a bateria “Blade” de LFP (fosfato de ferro-lítio), a arquitetura CTB e o motor mais compacto (com conceito “8-em-1”) e bastante eficiente (89%). Adicionalmente, outro elemento relevante é a bomba de calor de série, que melhora a eficiência do conjunto e que coloca menos esforço na bateria para a climatização (garante funcionamento entre -30º C e os 40º C).



A bateria “Blade” de 45,12 kWh é apresentada como mais segura (resistindo ao teste de perfuração por prego, por exemplo), mais estável no carregamento (apesar de potência menos elevada) e capaz de suportar mais ciclos de carga. Neste aspeto, pode ser recarregada a 65 kW, um valor modesto, mas que, de acordo com a BYD, é alcançado por mais tempo durante o processo de carga. Isso permite que passe de 10 a 80% do estado de carga em 37 minutos. Nas tomadas de carga AC, o máximo é de 11 kW (5h30 de 0 a 100%).

 

A componente motriz é, depois, complementada pelo motor elétrico de 177 cv (130 kW) de potência e com 290 Nm de binário, valores suficientes para aceleração dos 0 aos 100 km/h em 7,9 segundos para 160 km/h de velocidade máxima. A autonomia combinada em ciclo WLTP é de 312 km, mas pode chegar aos 463 km em ciclo urbano.


BYD Atto 2 Boost

Avantajado por dentro 

A estética deste BYD segue de perto aquilo que já se viu noutros modelos da marca, como o no recente Tang, incorporando detalhes como a grelha dianteira “Dragon Face”, os puxadores das portas ocultos, as barras de tejadilho ou o spoiler traseiro para visual mais dinâmico. Este compacto conta ainda com jantes em liga leve de 17 polegadas e proteções inferiores de carroçaria para o indispensável “look” mais aventureiro que se popularizou no mercado automóvel. Mas há ainda outro detalhe visual que sobressai, quando visto de traseira: a faixa luminosa horizontal que percorre o veículo a toda a largura e que tem um grafismo a evocar o símbolo do infinito (a BYD chama-lhe mesmo luz LED infinita).



Em termos de dimensões, o Atto 2 está no limiar daquilo que se pode considerar um segmento B, graças aos seus 4.310 comprimento, 1.675 mm de altura e 1.830 largura. Com 2.620 mm de distância entre eixos, o Atto 2 impressiona no aproveitamento do espaço interior, tanto à frente, como atrás, surpreendendo mesmo na amplitude que dá aos ocupantes dos lugares posteriores, até mesmo para adultos de maior estatura.

 

A bagageira é também bastante ampla com 400 litros (e seleção de duas alturas para situar o piso), podendo chegar aos 1.340 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.


BYD Atto 2 Boost

Bem equipado 

A BYD faz da lista de equipamento um argumento de compra, apresentando diversos elementos de conforto no interior que são relevantes. Proposto em dois níveis de equipamento, Active (base) e Boost, o Atto 2 conta com os bancos em pele “vegan” e com ajuste elétrico de série (aquecidos na versão Boost), painel de instrumentos digital de 8,8 polegadas, câmara de 360 graus, tejadilho panorâmico com corta elétrica e comandos por voz para acionar algumas funcionalidades (como o fecho ou abertura dessa cortina de tejadilho).

 

O volante com revestimento em pele também pode ser aquecido, no nível de equipamento Boost, do qual fazem parte ainda o carregador sem fios para o smartphone (15,8 W) e o sistema áudio melhorado composto por oito altifalantes.



Ao centro no painel de bordo e agregador de diversas funcionalidades e sistemas encontra-se o ecrã tátil, disponível em duas medidas diferentes – 10,1 polegadas ou 12,8 polegadas, esta última na versão Boost, tendo em ambos os casos a particularidade de se poder mudar a orientação do ecrã mediante pressão num botão do ecrã. Assim, pode ficar em sentido horizontal ou vertical, consoante a preferência. A funcionalidade “Vehicle-to-Load” e a entrada “inteligente” com chave ou dispositivo NFC são de série.

 

Além disso, existe gama completa de sistemas de sssistência ao condutor, incluindo o Detetor de Fadiga do Condutor, Cruise Control Adaptativo e Inteligente, Controlo Inteligente do Limite de Velocidade, Assistente de Manutenção na Faixa e Assistente de Mudança de Faixa , Aviso de Abertura de Porta e Alerta de Trânsito Cruzado Traseiro com travagem de emergência incluída.


BYD Atto 2 Boost

O modelo estará disponível com quatro opções de cor exterior da carroçaria: “Climbing Grey” (de série), “Hiking Green”, “Skiing White” e “Cosmos Black”, estas três com um custo de 860€.

 

O arranque das vendas está previsto até final de fevereiro com um preços a partir dos 31.490€ na versão Active e de 32.990€ na versão Boost. Mas, em parceria com a Cetelem, a marca propõe uma campanha de lançamento que deixa o modelo abaixo dos 30.000€ (29.990€), mediante campanha de financiamento.


BYD Atto 2 Boost

Primeira impressão 

Na primeira impressão a bordo do Atto 2, ressalta a qualidade dos materiais e dos acabamentos do modelo, adotando revestimento de muito bom nível, tanto na dianteira, como na traseira (por exemplo, os painéis das portas traseiras são, também, cuidados). É fácil obter uma posição de condução convidativa, com os comandos situados de forma ergonómica, apesar de recurso obrigatório ao ecrã central tátil.

 

Na consola central, entre os bancos dianteiros, existem alguns comandos físicos, para alterar os modos de regeneração (“Standard” e “High”) ou para alterar os modos de condução (“Eco”, “Sport”, “Normal” e “Snowfields”), tendo bom acesso.

 

Iniciando a marcha, o Atto 2 responde com decisão, mesmo no modo de condução mais eficiente, com os seus 177 cv a permitirem, então, adotar ritmos elevados com facilidade, o que é particularmente útil no acesso a vias rápidas, por exemplo.


BYD Atto 2 Boost

A suspensão surpreende pela comodidade e pelo bom pisar, mesmo em estradas menos lisas. Reparos, no entanto, para algum ruído aerodinâmico proveniente dos espelhos retrovisores exteriores e para o da chapeleira no interior, que carece de maior firmeza no apoio para evitar saltos constantes devido às oscilações do piso.

 

Após esta primeira experiência, fica uma ideia muito positiva de um automóvel muito bem equipado, com acabamentos de alto nível no interior e postura dinâmica competente, mesmo que tenha faltado apreciação mais contundente em estradas sinuosas. Mas este será um modelo com argumentos fortes para sobressair no mercado dos compactos elétricos, até pelo preço bem ajustado e abaixo dos seus rivais no mercado (vide Volvo EX30, Peugeot E-2008 ou Citroën ë-C3 Aircross).


BYD Atto 2 Boost

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