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Renault adota cânhamo e ananás

Na busca pela redução de emissões poluentes, os fabricantes automóveis e os fornecedores de componentes investigam soluções que, até há alguns anos, pareciam impossíveis. A criação de materiais sustentáveis à base de fibras de cânhamo ou de folhas de ananás está cada vez mais avançada e o Renault Emblème mostra como poderão ser integradas nos interiores.



Apologista de que a redução das emissões poluentes com efeitos de estufa tem de ser abordada de forma holística e tendo em conta diversos intervenientes, a Renault tem em curso uma filosofia em que exige aos seus fornecedores empenho idêntico em matéria de redução de sustentabilidade.

 

Com efeito, a marca gaulesa “incentiva” uma abordagem mais atenciosa por parte dos seus fornecedores e parceiros logísticos com vista à redução do ciclo de emissões nocivas desde a fase de obtenção das matérias-primas e respetiva transformação até à produção final para inclusão nos veículos.

 

Essa foi uma das mensagens que a Renault quis passar com a apresentação do Emblème, um protótipo futurista que pretende evidenciar a potencialidade de se obter um automóvel neutro em carbono com recurso a materiais inovadores ou incorporando uma elevada taxa de reciclagem.



Fibras naturais 

Um desses parceiros com que a Renault está a trabalhar é a Forvia, companhia que está a investigar novas soluções para o interior dos automóveis, mais sustentáveis e leves, mas sem impactos na sua durabilidade e resistência. Por exemplo, na área do painel de instrumentos, a Forvia utilizou revestimentos à base de materiais reciclados ou naturais, que têm a vantagem de serem capazes de armazenar CO2.

 

Mas, além disso, as zonas de contacto nos painéis das portas e na consola central encontram-se revestidas em peles feitas de fibras de cânhamo e de ananás, alternativas mais leves e sustentáveis em comparação com o couro de origem animal. A fibra de cânhamo, denominada pela Forvia de NAFILean, por exemplo, integra 20% de fibras naturais mescladas com polipropileno para criar um material que é 100% reciclável no fim de vida “útil” do veículo.

 

Outro exemplo apresentado pela Forvia, o do Piñatex Advanced – material que é criado a partir de fibras de folhas de ananás – permite reduzir as emissões de CO2 em 98%, sendo 40% mais leve do que o couro, funcionando como uma alternativa ecológica para muitos dos revestimentos dos interiores dos veículos.



Atenção à indústria alimentar 

No desenvolvimento destes e doutros materiais baseados em matérias-primas mais sustentáveis provenientes de agricultura, os responsáveis da Forvia e da Renault salientam que um dos critérios a que prestam grande atenção é o de não concorrer com a indústria alimentar.

 

Ou seja, encontrar formas de não ter na criação desses materiais um impacto na área da agricultura para alimentação, não elevando dessa forma os seus preços ou, por outro lado, não colocar sob esforço uma área que é de importância fundamental para a alimentação de várias populações.

 

Ainda no caso do Emblème, que serve como laboratório rolante (e funcional… já que o modelo poderia ser conduzido), além da Forvia, a Renault contou ainda com a assistência de outros parceiros industriais, incitando-os a uma abordagem ecológica, como a Akwel, a Autoneum, a ArcelorMittal, a Constellium, a Dicastal, a Forvia Hella, a Michelin, a STMicroelectronics, a Valeo e a Verkor, entre outros. De acordo com a marca, o objetivo era alcançar uma redução de 70% na pegada de carbono na produção de peças de aço, alumínio, plásticos, pneus, vidro e eletrónica.

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